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Atlantic quer reverter certificados de energia renovável em projetos socioambientais

Empresa obteve mais de 1 milhão de CERs para parques eólicos no Rio Grande do Norte e Bahia, que somam 240 MW

Por Lívia Neves

A Atlantic obteve Certificados de Energia Renovável (REC, na sigla em inglês) para seus empreendimentos eólicos em operação no Rio Grande do Norte (Eurus II e Renascença V) e na Bahia (Complexo Eólico Morrinhos), que somam 240 MW. São mais de 1 milhão de MWh de energia certificada, ou mais de 1 milhão de RECs.

Esses certificados devem ser comercializados para empresas e indústrias interessadas em agregar o conceito de sustentabilidade aos seus negócios, de acordo com a gerente de comercialização de energia da Atlantic, Ana Carolina Kruger. O valor de mercado dos certificados, estimado pelo Instituto Totum, que os concede, está entre R$ 2,50 a R$ 3,70 por MWh.

De acordo com Ana Carolina, um setor que está bastante atento para oportunidades de compra de RECs é o da construção. “As empresas eu buscam certificado LEED para prédios, podem ou consumir energia limpa ou comprar esses certificados”, explica. Apesar disso, a gerente reforça que qualquer segmento pode ser um potencial comprador.

Para conquistar os certificados, os projetos foram auditados pela ABS Quality Evaluations. A auditoria envolveu análise documental e visitas aos parques. É a primeira geradora eólica voltada diretamente para o mercado energético a certificar projetos no Brasil – a montadora de carros Honda também obteve RECs para sua eólica de autoprodução Xangri-lá.

Reinvestimento em novos projetos socioambientais

A ideia da companhia é reverter parte da receita gerada, descontados impostos e pagamento das auditorias, para novos projetos socioambientais no entorno das usinas, explica Kruger. A companhia chama essa iniciativa de Ciclo AmbientAR e pretende, após acompanhar o desenvolvimento deste primeiro negócio, replicar o modelo para outros parques, como os do complexo Santa Vitória do Palmar (86 MW, RS), que deve entrar em operação em 2018.

Os projetos socioamnbientais que a companhia já havia implantado nas usinas, como condicionantes ou como iniciativa própria, são parte dos requisitos necessários para obter a certificação.

Os certificados

No Brasil, a certificação de energia renovável está sendo concedida pelo Instituto Totum, em parceria com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O objetivo é adicionar valor a projetos sustentáveis, fomentando este mercado.

Para a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, a certificação cria um nicho de mercado no país. “Não estamos falando mais de energia elétrica somente, e sim de um produto com alto valor agregado de sustentabilidade e de redução de emissão de CO2. O selo gera valor ao produto ou serviço que o adquiriu", comenta.

Até o momento, três empresas, além da Atlantic – que tem o maior número de certificações -, obtiveram os RECs: a CPFL Renováveis, para a PCH Ninho da Águia; a Atiaia Energia, para a PCH Porto das Pedras e a montadora Honda, para seu parque eólico de autoprodução, o Xangri-La. A lista completa pode ser acessada no site do selo.

Os compradores dos RECs podem usá-los para certificar o consumo de energia limpa em relatórios de sustentabilidade, por exemplo. Os certficados são válidos por dois anos e as usinas precisam ser reauditadas para serem renovados.

 

FONTE: Brasil Energia
Data: 16.02.2017

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