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GBC Brasil lança duas novas certificações de sustentabilidade

O Green Building Council - Brasil, ou GBC Brasil, acaba de lançar uma nova certificação, a Zero Energy Building. O selo será conquistado por edificações que conseguem zerar o consumo de energia durante a sua operação anual. Para atingir o resultado, é necessária a combinação da alta eficiência energética com o aproveitamento de fontes renováveis. A entidade também anunciou a segunda versão da GBC Brasil Casa e Condomínio.

"Ambas as certificações podem ser usadas de maneira a complementar o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)", explica Felipe Faria, diretor do GBC Brasil. A Zero Energy Building funciona como destaque adicional, que atesta a autossuficiência de empreendimentos que já obtiveram o LEED. Já a nova versão da GBC Brasil Casa e Condomínio incluiu pequenas modificações, como a criação da categoria responsabilidade social.

"Conseguimos comprovar que edificações certificadas são as melhores opções de negócios no mercado imobiliário", Felipe Faria.

"As certificações são ferramentas de transformação. Nós iniciamos no topo da pirâmide, com os corporativos de alto padrão. Atualmente, estamos fortes nesse segmento porque conseguimos comprovar que edificações certificadas são as melhores opções de negócios no mercado imobiliário. Agora, o sentimento é de otimismo para repetir o mesmo movimento no setor residencial, responsável pelo maior volume construtivo do país", afirma Faria.

ZERO ENERGY BUILDING 

Desenvolvida no Brasil, a Zero Energy Building é voltada para todos os tipos e padrões de edificações existentes no país. "A ferramenta surgiu em decorrência da participação do GBC Brasil na COP Paris (Cúpula do Clima), em 2015. No encontro, foi estabelecida a meta de atingir a autossuficiência energética de novos projetos até 2030. E, no segundo momento, dos demais empreendimentos até 2050", destaca Faria. 

O comitê responsável por elaborar a certificação recebeu auxílio do Instituto Clima e Sociedade e de profissionais da área de fontes renováveis, associações de classe e universidades, entre outros. A ideia da ferramenta é mostrar que só se atinge a autossuficiência energética quando o conceito está presente desde a concepção do projeto. "Não há investimentos em renováveis capazes de tornar o empreendimento net zero", fala Faria. 

Para que o empreendimento receba a Zero Energy Building, precisa ter, pelo menos, 12 meses de operação e comprovar que a conta foi zerada. Outra possibilidade é realizar a pré-certificação do projeto. "Nesse caso, a certificação é válida por 18 meses depois de concluídas as obras. Depois disso, os responsáveis precisam migrar para a certificação definitiva", informa Faria. Por envolver valores baixos, a pré-certificação pode ser usada, por exemplo, por escritórios de arquitetura que pretendem valorizar seus projetos. 

Qualquer tipo de empreendimento pode pleitear a certificação. No entanto, edificações comerciais precisam ter, pelo menos, 100 m2. Já para os residenciais não há restrições de tamanho. Ao solicitar o registro do projeto, o interessado deve informar a taxa de ocupação - que precisa ser maior do que 50% - e o tempo de operação.

"Se o empreendimento não possuir nenhuma certificação ambiental, terá que comprovar o mínimo de eficiência energética", comenta Faria. No questionário, também são mencionadas as soluções utilizadas para tornar o empreendimento net zero, como a especificação de lâmpadas LED, uso de sistemas automatizados, entre outros.

"Depois de certificado, o empreendimento será acompanhado anualmente e passará por recertificações a cada cinco anos", Felipe Faria.

No aproveitamento de fontes renováveis, a certificação considera tanto a energia gerada on-site - no próprio terreno do empreendimento - quanto a off-site - em áreas externas. E limita em 10% a compra de RECs (Certificados de Energia Renovável). "Depois de certificado, o empreendimento será acompanhado anualmente e passará por recertificações a cada cinco anos. Os dados obtidos podem ser compartilhados com autoridades para fomentar políticas públicas", afirma Faria.

CANDIDATOS

Antes mesmo do lançamento oficial da Zero Energy Building, o GBC Brasil já tinha registrado 11 projetos pioneiros que buscavam a certificação. Desses, dois já conquistaram a certificação, a Sede Sebrae MT, em Cuiabá/MT, e a Geonergia em Tamboara/PR.

Os demais estão distribuídos por todo o Brasil: CICS - Centro de Inovação em Construção Sustentável da USP - São Paulo/SP; Sede RAC Engenharia - Curitiba/PR; Creche Municipal Hassis - Florianópolis/SC; Sede SindusCon-PR - Curitiba/PR; Casa do Futuro - Atibaia/SP; Montage Botafogo - Campinas/SP; Escritório Advocacia De Paola & Panasolo - Curitiba/PR; Casa Mão Verde - Piracicaba/SP; Lar Verde Lar - Governador Valadares/MG.

"Temos, ainda, mais dois interessados. Um hostel, localizado no interior do Rio de Janeiro, e um prédio residencial no Ceará", diz Faria.

GBC BRASIL CASA E CONDOMÍNIO

A segunda versão da GBC Brasil Casa e Condomínio traz como principal novidade a inclusão da categoria responsabilidade social, que congrega requisitos relacionados ao respeito às normas, segurança do trabalho e formalidade. A certificação fornecerá as ferramentas, a metodologia e o conhecimento necessários para projetar, construir e operar residências e condomínios com alto desempenho econômico, social e ambiental.

A pontuação foi definida com base no alinhamento aos temas prioritários para o Brasil. Os créditos estão distribuídos entre as categorias implantação, uso eficiente da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade do ambiente interno, requisitos sociais, inovação e projeto e créditos regionais. A certificação também inclui conceitos de saúde, bem-estar e conforto dos ocupantes, de forma transversal nas diversas categorias da certificação.
 
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No geral, o procedimento para conquistar a GBC Casa eCondomínio é o mesmo da Zero Energy Building. No caso de condomínios multifamiliares, em geral, há a presença de consultor especializado que auxilia o escritório de arquitetura ou a construtora. Já a auditoria técnica é terceirizada e realizada pela Bureau Veritas, mesma empresa responsável pela auditoria doLEED.

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O processo de auditoria e certificação é segmentado em duas fases, a do projeto e a da obra. A divisão facilita o procedimento de obtenção do selo. Além disso, beneficia o empreendedor no momento de comercialização do projeto ou na busca de incentivo financeiro relacionado a políticas públicas.

CASA X CONDOMÍNIO

As questões técnicas entre certificar residências unifamiliares e condomínios são muito semelhantes. "São apenas algumas situações que tivemos que alterar. Por exemplo, não há nenhuma menção sobre o tipo de mobiliário que precisa ser utilizado nas áreas privativas dos condomínios. Já nas residências unifamiliares, essa determinação é totalmente possível", explica Faria.

No geral, são apenas adaptações relacionadas aos modelos de negócios de um tipo de projeto para o outro. A separação também ajuda a evitar confusões, por isso, há um manual para as casas e outro para os condomínios. Há ainda a nomenclatura, um prédio residencial certificado não terá a nomeação de casa, sendo que se trata de um condomínio.

PROJETOS CERTIFICADOS

Já foi realizada a auditoria de três projetos: a Casa Eudóxia, localizada em Campinas/SP e certificada nível Ouro; a Casa de Henrique Cury, localizada em São Paulo/SP e certificada nível Ouro; e o Terra Mundi, condomínio localizado em Goiânia/GO, em processo final de auditoria. Além desses, o GBC Brasil registra, atualmente, 11 projetos-piloto nos estados de Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Já na modalidade de residências unifamiliares, são 30 projetos registrados.

CUSTOS

O principal custo de uma edificação capaz de zerar o seu consumo de energia está na operação - que representa cerca de 85%, contra 15% da execução. "A experiência mostra que o acréscimo de investimentos na obra de projeto certificado varia entre 0 e 6%, valor rapidamente diluído com as economias na operação", considera Faria, que finaliza: "Se colocar na ponta do lápis, considerando os benefícios como velocidade na taxa de ocupação, podemos dizer que há aumento de lucro. O que prova também ser bom negócio é que o setor cresceu durante a crise, sendo 2016 um dos melhores anos em relação ao número de projetos". 

COLABORAÇÃO TÉCNICA

Felipe Faria
 - Diretor do Green Building Council Brasil (GBC Brasil), é advogado com especialização em Direito da Economia e da Empresa pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Responsável pela operação nacional do GBC Brasil, que compreende as áreas de Educação, Informação, Relação Governamental e promoção da certificação internacional LEED. Desde junho de 2012, faz parte doLEED Steering Committee do USGBC, grupo de voluntariados e equipe que trabalham na manutenção e no constante desenvolvimento da certificação LEED como a ferramenta de certificação líder no mundo, preservando sua integridade e garantindo o sistema de consenso que envolve a certificação.
 
 
Fonte: AECweb / GBC Brasil
Data: 27/12/2017

 

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