Em um dos maiores mercados produtores de madeira do mundo, as empresas do setor precisam buscar se diferenciar da concorrência para vencer a preferência do consumidor brasileiro. Segundo estimativas, o país conta com um potencial de comercialização de cerca de 2,4 milhões de metros cúbicos de madeira tratada todos os anos, oriundos de áreas de reflorestamento espalhadas por várias regiões do Brasil.

Foi com essa visão que em 2012, a ABPM lançou o Qualitrat. Um programa de auto-regulamentação, gerenciado pelo Instituto Totum, que garante qualidade e legalidade ao consumidor de madeira tratada.

Com o Qualitrat concedido às usinas de tratamento de madeira, após aprovação em rigorosos critérios, os interesses dos produtores e consumidores de madeira tratada ficam plenamente protegidos. Inicialmente o programa começou com a categoria Pleno, e em 2014 adicionou a categoria Adesão. O Qualitrat atesta a qualidade de processos de usinas de preservação de madeira filiadas à Associação, que realizam seu processo de preservação sob pressão.

Entre os tópicos analisados pelo Qualitrat, se encontram: habilidade e idoneidade jurídica; gestão de qualidade nos processos; gestão ambiental; regularidade social, trabalhista e gestão de saúde e segurança, além de ética e responsabilidade social.

“Diferente de normativas que são genéricas para qualquer segmento, o Qualitrat audita critérios com uma visão específica e direcionada para o segmento de preservação de madeira, garantindo aos contratantes que aspectos importantes do setor foram auditados e que qualquer não conformidade detectada foi devidamente tratada pela usina”, explica Celina Almeida, diretora sistêmica e de relacionamento do Instituto Totum.

Desde então, o Totum tem sido o gerenciador do programa e realizado os processos remotos de auditoria. O Instituto é credenciado pela ABPM para gestão do Qualitrat, mantendo sigilo sobre a identidade das associadas na fase de certificação para garantia de isenção da ABPM no processo.

Também cabe ao Instituto Totum, o esclarecimento de dúvidas referentes aos procedimentos operacionais do Qualitrat, auxílio ao organismo de auditoria nos processos operacionais, realização da auditoria documental (exclusivamente em formato remoto) para renovação da certificação e comunicação à Comissão de Certificação ABPM sobre os resultados de auditoria para deliberação final.

Já o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) é entidade responsável para realização das auditorias de conformidade em relação ao regulamento estabelecido pelo Qualitrat e pelas normas técnicas vigentes.

De acordo com a diretora do Totum, Celina Almeida, a ideia é ampliar a qualidade e sustentabilidade de toda a cadeia madeireira. “Além dos benefícios para a usina, o mercado contratante também poderá utilizar o Qualitrat para basear suas contratações não somente em preço, mas em qualidade e sustentabilidade. Sabemos que muitos contratantes têm dificuldade em definir parâmetros de comparação entre os concorrentes, e o Qualitrat vem para ajudar nesse sentido”, afirma Celina.

Ela também destaca que o Qualitrat pode e deve ser considerado como um ‘Guia de Melhores Práticas’ do segmento de preservação de madeira. “As empresas que possuem o Qualitrat devem ser tratadas de forma diferente pelos contratantes, dado que uma Certificadora isenta e imparcial fez uma avaliação prévia e concedeu uma chancela de que essas empresas são diferenciadas no mercado”, analisa a diretora do Totum.

Para o presidente da ABPM, Gonzalo Lopez, o Qualitrat traz uma segurança maior ao consumidor final, referente a qualidade do produto e legalidade do setor. “O objetivo do programa é avaliar os aspectos legais e técnicos das empresas, fortalecendo ainda mais a madeira tratada nos mercados da construção civil, elétrico, ferroviário e rural”, comenta.

NOVO FORMATO

No novo formato o Qualitrat será dividido em três categorias, para a certificação das empresas filiadas:

– Qualitrat Bronze;

– Qualitrat Prata (Antigo Adesão);

– Qualitrat Ouro (Antigo Pleno).

Em todas as categorias, a exemplo do que ocorria anteriormente, estão previstos critérios mandatórios e recomendáveis, além de auditorias em formato documental (remoto) pelo Instituto Totum e na categoria ouro, auditorias técnicas in loco pelo IPT.

CRITÉRIOS PARA CERTIFICAÇÃO

Para se tornar uma empresa certificada pelo Qualitrat, primeiramente é necessário realizar sua filiação junto à ABPM. Após esta etapa inicial, a companhia deverá entrar em contato com o Instituto Totum e assinar um contrato de Certificação. Caso a categoria selecionada pela empresa seja a ‘Qualitrat Ouro’, também será necessário firmar um contrato de auditoria em parceria com o IPT.

Em um terceiro momento, será liberado pelo Instituto Totum um login e senha para o acesso ao sistema eletrônico, que será utilizado pelo associado para o envio de toda a documentação necessária para sua inscrição.

Após auditoria, o processo segue para a deliberação junto à uma Comissão de Certificação. Em caso de deferimento do processo, a empresa receberá o Certificado do Programa, que a autorizará a utilizar a logo do Qualitrat em seus materiais de divulgação. Anualmente, é realizada uma auditoria para a verificação do cumprimento de todas as normas técnicas exigidas pelo Qualitrat.

APROVAÇÃO DO MERCADO

Associada da ABPM, a Madtrat Madeiras Tratadas atesta que o selo auxiliou a empresa a solucionar possíveis problemas em seu chão de fábrica. “Participar traz muitos benefícios internos. Sempre tivemos preocupados com a qualidade da produção, com a melhoria constante dos processos, mas como têm parâmetros exigidos pelo selo, observamos novos pontos que precisávamos ajustar”, afirma Jakson César Correa Alves, diretor comercial da Madtrat.

Para Paulo Maciel, diretor da CBI Madeira, primeira companhia a conquistar o selo, o Qualitrat aumentou os critérios com que a empresa encara seus processos. “Ele também gerou mais confiabilidade e seriedade aos clientes, principalmente quando são empresas grandes e estatais, acaba sendo um plus, um diferencial diante dos concorrentes”, acrescenta Maciel.

Para Maíra Venturoli, sócia gerente da CM Venturoli, participar do processo em busca do Qualitrat Adesão agregou para empresa na organização documental, acompanhamento e registro dos processos internos. “Conquistamos há dois anos e acabamos de renovar. Infelizmente a maioria dos clientes não conhecem muito bem, mesmo assim concluímos que é interessante ter o selo, é muito positivo”, afirma.

Já para Marcelo Matsumura Kohl, diretor da Campo Alegre Produtos de Madeira, “O selo ajuda a estabelecer uma grande credibilidade da qualidade dos nossos produtos e dos nossos processos produtivos entre os clientes”, destaca Marcelo Matsumura Kohl, diretor da Campo Alegre Produtos de Madeira. Segundo ele, a empresa aderiu ao selo em 2017 com o objetivo de atender os clientes com eficácia e respaldo. “Considero o selo Qualitrat uma comprovação das boas práticas de produção da nossa empresa. É a busca incansável da excelência em todos os processos de produção da nossa madeira tratada”, ressalta.

FONTE: Boletim ABPM nº 706

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O Instituto Totum, responsável no Brasil pela coordenação do Programa de Certificação de Energia Renovável e Emissor Local dos certificados, conhecidos como RECs, está usando a tecnologia de blockchain na sua plataforma SISREC (Sistema Totum de Emissão de RECs). Lançada em dezembro de 2019, a plataforma reúne todos os dados de emissão de certificados e de geração centralizada de energia renovável contabilizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), além da geração distribuída das usinas registradas, permitindo o rastreamento de 100% dos certificados de fontes renováveis no País.

O uso de blockchain para rastreabilidade dos dados de energia renovável em larga escala, como este sistema implantado no Brasil, é uma iniciativa inédita no mundo.

A tecnologia blockchain permite uma estrutura de armazenamento eficiente, transparente e imutável, utilizada para validar as informações sobre a geração e consumo de fontes renováveis. “Cada certificado, cada atribuição, recebe um registro no blockchain. Este registro, por sua vez, não pode ser alterado e pode ser auditado a qualquer momento. Isso traz total transparência e segurança para as empresas geradoras e consumidoras de eletricidade de fonte renovável certificada”, explica Fernando Giachini Lopes, diretor presidente do Instituto Totum.

“Com o blockchain temos mais uma camada de segurança no processo de emissão de RECs, na medida em que ela possibilita o armazenamento de dados, criptografa e cria trilhas auditáveis, tudo na mesma operação”, afirma Lopes. Com o Sistema, os dados de geração são obtidos pelo Totum diretamente da fonte, via arquivo de dados da CCEE. Antes do SISREC, as usinas enviavam ao Totum evidências, baseadas em relatórios do setor de energia. Atualmente são rastreadas mais de 2 mil usinas (614.343.298 MW), das quais 110 estão aptas a emitir certificados.

O Programa de Certificação de Energia Renovável foi criado há sete anos pela Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e tem o apoio da CCEE, da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) e da Associação Brasileira de Biogás e de Biometano (Abiogás).

“Os RECs já estão apresentando um crescimento admirável e tendem a seguir nessa linha. Por isso, esta iniciativa pioneira do Instituto Totum é muito importante, ao criar ainda mais segurança e robustez para uma ferramenta fundamental para as empresas comprovarem seu consumo de energia renovável”, avalia Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica.

Já foram emitidos mais de 4 milhões de certificados desde o início do Programa. No ano de 2020, até abril, as emissões atingiram 1.500.000 RECs, superando o total emitido nos anos de 2016, 2017 e 2018, somados.

Para a Abragel, o uso de blockchain é mais uma demonstração da importância dos RECs e de como a digitalização é fundamental para garantir menores custos, maior segurança e transparência no controle das transações comerciais entre os agentes. “Nosso foco é proporcionar uma plataforma moderna e inovadora, que ajude a expandir o acesso de todos os agentes produtores e consumidores de energia elétrica limpa e renovável ao Programa de Certificação de Energia Renovável”, afirma o presidente da Abragel, Charles Lenzi.

A digitalização da indústria de energia é uma tendência inexorável. Estudo do portal alemão Statista prevê crescimento do uso dessa tecnologia de US$ 1,2 bilhão para US$ 23,3 bilhões em 2023. Com a utilização de blockchain no setor de energia renovável será possível desenvolver tecnologias de interconexão digital, como a internet das coisas (IoT), para captar dados de geração em tempo real, explica Fernando Lopes, do Totum.

FONTE: RMAI

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O Instituto Totum, especializado em certificação, começou a usar blockchain nos certificados de energia renovável de padrão internacional, os I-RECs, comprados por empresas para demonstrar que usam ou incentivam esse tipo de geração. O objetivo é garantir que um certificado será utilizado apenas uma vez, sem duplicação de venda ou manipulação de dados para reuso.

” Queríamos colocar uma segunda camada de segurança na emissão e nos adiantarmos a uma realidade que vai acontecer, que é blockchain para negócios em energia elétrica”, diz Fernando Lopes, sócio do Totum.

O Totum deve gerar cerca de 4 milhões de I-RECs neste ano. Há 110 usinas de 30 empresas aptas a emitirem o certificado no Brasil, o que é voluntário. Segundo Lopes, foram investidos R$ 500 mil no projeto para incluir blockchain no Sistema Totum de Emissão de RECs (Sisrec). O projeto foi conduzido internamente, com a plataforma Hyperledger Fabric e tem capacidade de até 20 mil transações por segundo. A estimativa é de um retorno do investimento em três a quatro anos.

A ideia de usar blockchain começou há três anos e decidiu-se ir direto para a produção, sem testes. Estudo do portal alemão Statista prevê um crescimento do uso dessa tecnologia no setor de US$ 1,2 bilhão para US$ 23,3 bilhões em 2023.

Para acelerar o lançamento, o Totum é o único validador, com 3 servidores. A próxima etapa, ainda em 2020, é abrir para que uma ou duas usinas, a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) também sejam nós validadores. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) têm restrições para isso devido a políticas de dados.

Blockchain com IoT

Também está no plano o uso de internet das coisas (IoT) para envio de dados pelas geradoras e ampliação do uso da plataforma para outras áreas em que o Totum atua como certificador, como alimentícia, financeira e de segurança. Hoje, os dados de geração de energia no sistema elétrico do país, usados para emitir os certificados, estão disponíveis para o instituto com cerca de dois meses de atraso.

Com IoT, a geradora poderá enviar os dados em tempo real e vender mais rápido o certificado após a geração. “Vamos colocar smart contract para a usina alimentar nosso sistema e emitir seus RECs. A rigor, cada usina poderia ter sua plataforma de blockchain para gerar certificados, mas o mercado não vê isso com bons olhos, porque pede um garantidor”, diz Lopes.

“Trabalhamos numa parte pequena da energia elétrica disponível, mas quem sabe com nosso aprendizado não possamos migrar para o que se faz no exterior, que é tokenizar a geração e consumo, principalmente a P2P. Estamos estudando isso”, completa o executivo. Com o novo marco regulatório do setor, que está no Congresso, isso poderá ser realizado.

O Totum estuda ainda o uso de blockchain para um outro ativo de energia. “Já se fala num ativo ambiental, que seria o lastro de energia, a que de fato vai ser entregue e tem relação com a intermitência de geração – quanto menos intermitência (caso da hidrelétrica), mais garantia de entrega pode ser vendida”, completou.

As empresas compram certificados para demonstrar que apoiam a geração limpa.

Como se gera o certificado

A geração do certificado parte da inclusão de dados de geração de energia renovável vindos da Aneel e da CCEE. A inclusão ainda é manual. A partir daí começa o uso de blockchain, com a emissão de um certificado para cada megawatt/hora gerado por uma usina que adota o processo de certificação. A venda é feita no Sisrec para empresas interessadas em comprá-los, que são os usuários finais, ou para os traders.

Com a hash gerada e a possibilidade de rastrear tentativas de reuso ou adulteração, a confiabilidade de um certificado é mais garantida. “Blockchain resolve bem essa transação”, afirma Lopes. O certificado tem dados como o código da usina, tipo de energia, mês e período da geração, data de aprovação, registro no blockchain e a hash emitida.

Como funciona o certificado

Os I-RECs são emitidos em outros países e a o Instituto Totum é o emissor oficial no Brasil. Na ponta final do usuário, não é possível saber de onde vem a energia elétrica. Por isso, uma empresa pode comprar uma quantidade de certificados equivalentes à energia que usa, como forma de mostrar que se preocupa com a energia renovável. Isso pode incentivar a geração, porque cria mais uma receita para as usinas, e as empresas podem usar os certificados em seus relatórios de responsabilidade social e ambiental. Há aquelas que têm metas de uso de energia limpa. É possível também comprar certificados de gerações específicas, como de energia eólica.

“Como a energia renovável é mais abundante aqui do que na Europa e Estados Unidos, o valor de uma REC é de U$5 a US$ 10 no mercado norte-americano, de 3 a 4 euros na Europa e de R$ 2 a R$ 5 no Brasil. O de recursos hídricos aqui, por exemplo, é mais barato”, explica Lopes.

O Instituto Totum tem os dados de 95% da energia gerada no país por mais de 2 mil usinas, referentes à produção centralizada – a descentralizada é, por exemplo, a geração de energia solar em casa. São cerca de 45 milhões de megawatt/mês. O sistema de contabilização de energia renovável que entra no sistema existe há 20 anos, mas há 7 anos foi lançado pelo Totum no Brasil e há 4 anos o instituto emite o I-REC, que tem padrão internacional, o que aumentou o interesse na certificação.

FONTE: BlockNews

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O Instituto Totum, responsável pela coordenação do Programa de Certificação de Energia Renovável no Brasil, informou que passou a utilizar a tecnologia blockchain para emitir os RECs. Essa é uma iniciativa inédita e que garante ainda mais segurança ao processo de certificação. A entidade argumenta que a digitalização da indústria de energia é uma tendência mundial e cita estudo do portal alemão Statista que prevê o crescimento do uso dessa tecnologia que está na casa de US$ 1,2 bilhão para US$ 23,3 bilhões em 2023. “Com a utilização de blockchain no setor de energia renovável será possível desenvolver tecnologias de interconexão digital, como a internet das coisas (IoT), para captar dados de geração em tempo real”, explicou Fernando Lopes, do Totum em comunicado.

FONTE: Canal Energia

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O Instituto Totum, responsável no Brasil pela coordenação do Programa de Certificação de Energia Renovável e Emissor Local dos certificados, conhecidos como RECs, está usando a tecnologia de blockchain na sua plataforma SISREC (Sistema Totum de Emissão de RECs). Lançada em dezembro de 2019, a plataforma reúne todos os dados de emissão de certificados e de geração centralizada de energia renovável contabilizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), além da geração distribuída das usinas registradas, permitindo o rastreamento de 100% dos certificados de fontes renováveis no País.

O uso de blockchain para rastreabilidade dos dados de energia renovável em larga escala, como este sistema implantado no Brasil, é uma iniciativa inédita no mundo.

A tecnologia blockchain permite uma estrutura de armazenamento eficiente, transparente e imutável, utilizada para validar as informações sobre a geração e consumo de fontes renováveis.  “Cada certificado, cada atribuição, recebe um registro no blockchain. Este registro, por sua vez, não pode ser alterado e pode ser auditado a qualquer momento. Isso traz total transparência e segurança para as empresas geradoras e consumidoras de eletricidade de fonte renovável certificada”, explica Fernando Giachini Lopes, diretor presidente do Instituto Totum.

“Com o blockchain temos mais uma camada de segurança no processo de emissão de RECs, na medida em que ela possibilita o armazenamento de dados, criptografa e cria trilhas auditáveis, tudo na mesma operação”, afirma Lopes. Com o Sistema, os dados de geração são obtidos pelo Totum diretamente da fonte, via arquivo de dados da CCEE. Antes do SISREC, as usinas enviavam ao Totum evidências, baseadas em relatórios do setor de energia.  Atualmente são rastreadas mais de 2 mil usinas (614.343.298 MW), das quais 110 estão aptas a emitir certificados.

O Programa de Certificação de Energia Renovável foi criado há sete anos pela Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e tem o apoio da CCEE, da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) e da Associação Brasileira de Biogás e de Biometano (Abiogás).

“Os RECs já estão apresentando um crescimento admirável e tendem a seguir nessa linha. Por isso, esta iniciativa pioneira do Instituto Totum é muito importante, ao criar ainda mais segurança e robustez para uma ferramenta fundamental para as empresas comprovarem seu consumo de energia renovável”, avalia Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica.

Já foram emitidos mais de 4 milhões de certificados desde o início do Programa. No ano de 2020, até abril, as emissões atingiram 1.500.000 RECs, superando o total emitido nos anos de 2016, 2017 e 2018, somados.

Para a Abragel, o uso de blockchain é mais uma demonstração da importância dos RECs e de como a digitalização é fundamental para garantir menores custos, maior segurança e transparência no controle das transações comerciais entre os agentes. “Nosso foco é proporcionar uma plataforma moderna e inovadora, que ajude a expandir o acesso de todos os agentes produtores e consumidores de energia elétrica limpa e renovável ao Programa de Certificação de Energia Renovável”, afirma o presidente da Abragel, Charles Lenzi.

A digitalização da indústria de energia é uma tendência inexorável. Estudo do portal alemão Statista prevê crescimento do uso dessa tecnologia de US$ 1,2 bilhão para US$ 23,3 bilhões em 2023. Com a utilização de blockchain no setor de energia renovável será possível desenvolver tecnologias de interconexão digital, como a internet das coisas (IoT), para captar dados de geração em tempo real, explica Fernando Lopes, do Totum.

Para mais informações, acesse www.recbrazil.com.br

Sobre o Instituto Totum

O Instituto Totum é um Organismo de Certificação acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro nos escopos de Qualidade, Verificação de Inventários de Gases de Efeito Estufa e Certificação de Pessoas. Atua desde 2004 na concepção e gerenciamento de Programas de Certificação voltados para produtos, serviços e pessoas. Atualmente, gerencia mais de vinte programas de autorregulação no Brasil nos mais variados segmentos, como alimentos, segurança, energia, financeiro, dentre outros. No escopo de energia, é o Emissor Local do I-REC Standard no Brasil e responsável pelo Programa Brasileiro de Certificação de Energia Renovável (REC Brazil).

FONTE: ABEEólica

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Com o propósito de contribuir para a melhoria da qualidade e promover boas técnicas e práticas de trabalho, o Instituto Totum desenvolveu para a Associação Brasileira de Prestadores de Serviço de Agricultura de Precisão (ABPSAP) um selo de qualidade. Três empresas já estão certificadas pelo programa de autorregulação: Nativa Laboratório de Análise Agrícola, ProtTec Consultoria e Agroprecision.

O Selo ABPSAP funciona como uma garantia a confiança para o produtor rural que contrata o trabalho de prestadores de serviços especializados em agricultura de precisão, prática agrícola que reúne tecnologias para tornar as atividades da lavoura mais precisas, automatizadas e independentes.

“Num mercado cada vez mais competitivo, o selo é uma ferramenta que facilita o processo da realização dos serviços de Agricultura de Precisão e auxilia na busca pela diferenciação em nossa área de atuação”, afirma o engenheiro agrônomo da ProTec Consultoria e Planejamento, Hirslei Márcio Rodrigues dos Santos, responsável pelo Software de geração de mapas e Agricultura de Precisão. Com o Selo da ABPSAP, diz, a ProTec consegue unir forças na troca de experiências com outras empresas do setor e, desta forma, fortalecer e aprimorar o atendimento ao cliente.

Segundo Samuel Ferreira de Araújo, assistente de Qualidade do Nativa Laboratório de Análise Agrícola, a empresa busca atender a todas as exigências, entregando o melhor resultado para o produtor rural. “Essa certificação agrega valor à nossa imagem, na medida em que transmite a mensagem de que desenvolvemos um trabalho qualificado”, relata.

“O selo é uma chancela para o produtor rural de que a empresa associada está em conformidade, seguindo as especificações definidas na norma de referência e no enquadramento de cada tipo de prestação de serviço de agricultura de precisão”, afirma o diretor-presidente do Instituto Totum, Fernando Giachini Lopes.

O selo possui dois níveis: básico ou pleno. No nível básico, as auditorias são realizadas de forma remota, com base em consulta de evidências e documentos encaminhados pela empresa. No pleno, as auditorias são realizadas num primeiro momento em formato remoto (para coleta inicial de informações) e depois é feita uma auditoria in loco, nas instalações da empresa.

FONTE: Portal do Agronegócio

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Com o objetivo de explicar de forma mais detalhada como funcionam os Certificados de Energia Renovável (RECs) e o REC Brazil, o Instituto Totum lança hoje uma campanha de oito vídeos que tratam, sequencialmente, dos seguintes aspectos do mercado: o Sistema Interligado Nacional e os RECs;  o que são os RECs; por que os RECs são para todos; benefícios socioambientais das usinas por fonte de energia (eólica, hídrica, solar e biomassa) e como se tornar parceiros desses benefícios por meio dos RECs; a aplicação dos RECs no mercado livre e como registrar usinas. Os vídeos serão divulgados, por meio de redes sociais, durante oito semanas, sempre às quintas-feiras e podem ser conferidos no site do REC Brazil, nas redes sociais das Associações e do Instituto Totum e na página do Totum no youtube: http://bit.ly/RECeRECBRAZIL

Interface gráfica do usuário, Aplicativo

Descrição gerada automaticamente

O Programa de Certificação é uma iniciativa conjunta da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (ABRAGEL), com apoio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL) e da Associação Brasileira do Biogás e do Biometano (ABIOGÁS) e visa fomentar o mercado de energia gerada a partir de fontes renováveis e com alto desempenho em termos de sustentabilidade.

O programa foi elaborado em 2011 por um grupo técnico designado pela ABRAGEL e pela ABEEólica, envolvendo diversos especialistas com experiência das áreas de energia, sustentabilidade, mercado e certificação, que foram responsáveis pela definição dos conceitos envolvidos para empreendimentos sustentáveis. Dentro do programa, o Instituto Totum certifica geradores de energia renovável dentro dos critérios do I-REC e geradores de energia renovável com critérios adicionais de sustentabilidade com a chancela adicional REC Brazil. O Instituto Totum é responsável também pela emissão dos RECs.

Em 2018, foram emitidos 338 mil certificados, somandos os I-RECs padrões e os I-RECs com chancela REC Brazil. Em 2019, esse número saltou para cerca de 2,5 milhões. A estimativa para 2020 é chegar a mais de 3 milhões de certificados emitidos. “Estamos notando uma grande procura sobre os certificados e achamos que seria interessante ampliar ainda mais nossa comunicação, explicando de forma mais didática o que são os certificados de energia renovável que, definitivamente, estão numa curva de crescimento e devem seguir assim nos próximos anos”, avalia Fernando Giachini Lopes, Diretor Presidente do Instituto Totum.

Um dos pontos que a campanha explica é que há dois tipos de certificados: os I-RECs padrões e os I-RECs com chancela REC Brazil. A diferença essencial é que, no caso do REC Brazil, a empresa também é certificada para critérios de sustentabilidade e impacto social de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). “No REC Brazil, além de a empresa poder emitir um certificado de energia renovável, ela ainda comprova que tem um impacto positivo do ponto de vista social, de acordo com critérios dos ODS e isso dá ainda mais força para o certificado”, detalha Fernando.

Segundo o Instituto Totum, de novembro de 2019 até hoje, os pedidos de emissões de RECs no Brasil já atingiram a marca impactante de 1,3 milhão de RECs, sendo 60% deles com a chancela REC Brazil. “Desde que o REC Brazil foi lançado em novo formato em novembro de 2019 ele vem ganhando grande força no mercado, porque possibilitou aos empreendimentos demonstrar de forma clara e visual o atendimento das suas usinas às metas dos ODs da ONU. O resultado para apenas quatro meses já é muito significativo”, analisa Celina Almeida, Diretora de Relacionamento do Instituto Totum.

O interesse dos geradores pela chancela REC Brazil vem crescendo por conta da própria demanda de mercado. “Notamos que as empresas querem não apenas neutralizar suas emissões, mas também apoiar formas de geração de energia que têm um impacto positivo na sociedade com benefícios sociais”, diz Luciano Figueredo, Consultor do Instituto Totum nos RECs.

“O crescimento do interesse pela certificação e compra dos RECs sinaliza que as empresas estão preferindo consumir energia renovável e, ao mesmo tempo, mostra o compromisso com a mudança de comportamento energético. Nós estamos investindo nesse Programa porque acreditamos em seu enorme potencial e em seus benefícios para a sociedade. E queremos que nossa mensagem se espalhe para empresários e para a sociedade”, afirma Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica.

“A ABRAGEL sempre acreditou no potencial e na importância da certificação da energia renovável. Ainda em 2011, a Associação abraçou esse projeto, com a certeza de que ele é um grande diferencial quando o assunto é sustentabilidade e energia limpa, ainda mais nesse momento, de liberalização do mercado, que possibilita que os consumidores escolham a origem da energia quem consomem. Trata-se de um investimento importante para garantir um diferencial competitivo entre os empreendimentos, afirma Charles Lenzi, Presidente da ABRAGEL”.

O que são os Certificados

O sistema funciona por uma contabilização que controla o equilíbrio entre entrada e saída de certificados. Quando uma geradora é certificada, a energia gerada é acompanhada da geração dos Certificados de Energia Renovável (RECs) correspondentes ao montante produzido. Um REC é a prova de que 1 MWh (um megawatt hora) foi injetado no sistema a partir de uma fonte de geração de energia renovável. Quando um consumidor compra um REC de uma geradora, ele se apropria, por meio de um certificado, daquela energia que foi injetada no sistema e aquele REC não será usado por mais ninguém e aquela quantidade de energia sai da conta do sistema. Os RECs com a chancela REC Brazil também trazem consigo ações de sustentabilidade auditadas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Para que uma determinada geradora possa emitir RECs e vendê-los, ela precisa passar por um processo de certificação. No site do Programa www.recbrazil.com.br, é possível ter informações detalhadas sobre todo o processo e como é feita a compra e venda verificadas, em ambiente certificado, de acordo com as legislações vigentes que normatizam este sistema.

FONTE: O Setor Elétrico

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No processo de certificação para o RenovaBio, um dos principais pontos de atenção é o cumprimento dos critérios de elegibilidade por parte dos fornecedores de biomassa vinculados às usinas – aspecto necessário para que o programa cumpra seu compromisso ambiental. Para os produtores de biocombustíveis, erros nesta etapa podem implicar em uma menor emissão de créditos de descarbonização (CBios), diminuindo a receita com a venda dos títulos.

Segundo o diretor técnico do Instituto Totum, Fernando Lopes, as usinas precisam tomar cuidado com a lista inicial de fornecedores que é entregue para a certificadora. “Para aumentar o volume de CBios é preciso ter um volume grande [de biomassa] e uma nota boa. Sempre tem esse balanço”, explica, durante palestra realizada na NovaCana Ethanol Conference, em setembro. Mas alerta: “Se o número de fornecedores for exagerado e forem pegos fornecedores não elegíveis, a usina pode ter problemas”.

A princípio, todos os dados preenchidos pelas usinas na RenovaCalc – a calculadora do programa – são auditados pela firma inspetora contratada. Entretanto, por conta da grande quantidade de informações, é possível optar pela conferência de uma parte dos registros, por meio de um plano de amostragem.

A metodologia definida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a definição da amostra está disponível no Informe Técnico nº 2. De acordo com o documento, a firma inspetora pode realizar apenas duas amostragens. Assim, se forem encontrados problemas, a unidade pode ter apenas uma fração da produção considerada elegível – ou seja, a quantidade de CBios que poderão ser emitidos pode diminuir significativamente.

Para o sócio-fundador da Green Domus, Felipe Bottini, as usinas precisam estar atentas a essa questão. “A regra presume que a usina sabe exatamente quem é ou não elegível. Isso é um problema enorme”, relata.

A dificuldade existe, de acordo com ele, porque há diferentes níveis de controle dos dados sobre a origem da cana-de-açúcar no mercado: controle interno, realizado dentro da empresa; feito por terceiros; e a ausência de controle, presente em usinas que não possuem os dados organizados e esperam a firma inspetora fazer a amostragem. “Se der um erro, isso gera um custo”, alerta.

Confira, na versão completa, um infográfico com exemplos da análise de amostragem para o RenovaBio, informações sobre as consequências da presença de erros na amostra, críticas à regra estabelecida pela ANP e outros detalhes.

FONTE: NovaCana

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A credibilidade do RenovaBio e dos créditos de descarbonização (CBios) criados pelo programa envolve, em grande medida, a confiabilidade das firmas inspetoras autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Afinal, elas são as responsáveis por certificar as usinas e conferir a nota de eficiência energético-ambiental de cada processo produtivo.

Durante a NovaCana Ethanol Conference, que ocorreu em São Paulo nos dias 16 e 17 de setembro, o diretor da ANP, Aurélio Amaral, declarou que a agência constatou que, em alguns processos de certificação para o programa, a firma inspetora agiu como consultora em relação à usina, ação que é considerada incorreta, pois configura em conflito de interesses.

“Não se pode confundir certificadora com consultoria. Estamos atentos a isso, auditando as emissões e os certificados”, declarou. O diretor completou com um alerta: “Não pensem que não temos como checar, já pegamos os primeiros casos e indeferimos as certificações, mandando que fossem refeitas”.

Amaral ainda reforçou a importância das usinas ficarem atentas ao contratarem uma empresa para certificação. Afinal, se for constatado algum conflito de interesses, a agência pode rejeitar o processo e até mesmo aplicar outras sanções – que podem ser desde uma advertência até o cancelamento do credenciamento para atuação no RenovaBio.

Durante o debate, o diretor explicou que o fato que motivou seu alerta foi o preenchimento indevido da calculadora do RenovaBio por uma certificadora, que teria “maior conhecimento e prática no manuseio da RenovaCalc, que não é simples”. Ele explica o ocorrido: “Percebemos que alguns dados foram preenchidos e imputados na calculadora pelo próprio certificador, quando o papel dele é ir até a usina, checar, verificar se a informação colocada pelo produtor – que é quem tem a responsabilidade de preencher a RenovaCalc – está correta e se aquelas informações são verdadeiras”.

Assim, em pelo menos um desses processos, a ANP percebeu que a firma inspetora atuou como consultoria e preencheu os dados. “Quando fomos procurar o responsável técnico pelo preenchimento da calculadora, era alguém da certificadora”, detalha.

Amaral ponderou a sua fala, atribuindo a situação a um processo de aprendizagem: “Acho que foi um erro”. O diretor ainda garantiu que a ANP está fazendo o seu papel de verificação de cada certificação e realizando a auditoria necessária. “A ideia é que tudo isso seja o mais informatizado possível, para que tenhamos a agilidade e a tranquilidade na análise destes dados”, relata.

O novaCana solicitou entrevista com o diretor para maiores esclarecimentos sobre o assunto, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve retorno da assessoria da ANP.

Certificadoras negam acusação

Das seis firmas inspetoras, apenas duas já realizaram consultas públicas para a certificação de usinas: a Green Domus e a SGS do Brasil. Ainda assim, existe a possibilidade de as outras quatro já terem enviado documentações para a ANP, que ainda não as aprovou. Além disso, no momento da declaração de Amaral, o Benri ainda não havia sido autorizada para atuar no programa.

Presente no evento, o sócio-fundador da Green Domus, Felipe Bottini, comentou a polêmica durante sua palestra. “Eu devo me posicionar. Não sabemos quem foi a firma inspetora que fez consultoria, mas sabemos quem não foi: a Green Domus. É bom que vocês saibam disso”, declarou.

Por sua vez, o gerente de negócios de sustentabilidade da SGS do Brasil, Fabian Peres Gonçalves, fez a seguinte declaração sobre o tema: “Sobre essa questão de consultoria, é muito claro que isso não faz parte do nosso escopo de atuação”. Além disso, de acordo com ele, aproximadamente 70% das usinas que são clientes da SGS já possuem consultorias especializadas. “Surgiu um mercado e as usinas têm buscado isso dentro do processo”, relata.

 Procurada posteriormente pelo novaCana, a SGS não quis dar entrevista sobre o assunto e se limitou a afirmar que “não fez serviços de consultoria, conforme caso citado por Aurélio Amaral durante a conferência”.

“Conflito de interesses não é aprendizado”

Felipe Bottini, em entrevista ao novaCana, rebate as ponderações de Amaral e afirma que considera a situação muito grave e distante de “um erro por processo de aprendizagem”. “O princípio da certificação é a independência; ou seja, eu vou verificar o trabalho que alguém fez para ver se está adequado ao programa. Quando a firma inspetora faz a consultoria e também a auditoria, ela passa a verificar o trabalho que ela própria fez”, considera.

Bottini ainda destaca que a questão não é inerente ao RenovaBio, estando presente em todas as certificações. “Se eu certificar, eu não posso fazer a consultoria. O que me deixa preocupado é que isso não é algo novo, já que as certificadoras sabem que não podem fazer isso. É o item número zero da cartilha”, considera.

Ele também declara que a fala de Aurélio Amaral “o obrigou” a reforçar que não foi a Green Domus que realizou a atividade indevida. Além disso, ele considera que a postura da agência foi a falha mais grave no processo. “Não é um problema que se gerencia mandando fazer de novo. Isso é gravíssimo. Não é uma questão de falha técnica”, afirma.

Bottini, porém, pondera ao dizer que está confiante de que a ANP deve dar uma “sinalização clara” de que a atuação como consultoria não pode ocorrer. “A nossa expectativa é que a ANP conduza isso com o rigor do regramento e que tome a medida cabível. Tem que ser exemplar porque o programa está começando”, alega.

“Conflito de interesses não é aprendizado. Essa eu não compro. Certificadoras fazem certificação há 100 anos, todo mundo sabe que não pode fazer isso e que é gravíssimo”, Felipe Bottini (Green Domus)

O diretor técnico do Instituto Totum, Fernando Lopes, reforça que é uma questão de seguir o regulamento: “A regra que foi definida pela ANP nada mais é a que prevê isenção de conflitos de interesses de toda a atividade de certificação no Brasil e no mundo”.

Lopes acredita que a ANP, ao constatar o erro, tomará a ação correta e investigará o nível de criticidade. “Pode ser um simples erro formal, um desentendimento, alguém que fez um preenchimento indevido e nada de grave pode ocorrer. Pode ter sido uma responsabilização da firma inspetora por algo que não deveria”, pondera.

O sócio diretor da KPMG, Ricardo Zibas, por sua vez, tem um posicionamento mais firme e similar ao de Bottini. Para ele, a questão fere os princípios do programa: “O principal risco que você tem é auditar o seu próprio trabalho”.

Zibas ainda aponta que há um desconhecimento da parte das usinas quanto ao trabalho da certificadora. “Fui perguntado várias vezes se a KPMG poderia fazer as duas coisas, pois muitos clientes preferem contratar uma única empresa, porque dá menos trabalho. E tem empresas, que eu não saberia dizer quais são, que se aproveitam disso”, detalha.

Ele corrobora com Bottini ao não considerar o erro que motivou a fala de Amaral como um desconhecimento do processo. “Eu acho que existe um oportunismo”, diz. “Não é desconhecimento da regra no RenovaBio e sim de regra de auditoria”.

O coordenador de projetos do Benri, Thierry Couto, complementa que existem diversas empresas e profissionais que oferecem serviços de consultoria para as usinas em relação ao RenovaBio. De acordo com ele, as usinas necessitam de “apoio e direcionamento”, a fim de “facilitar o caminho para a certificação”.

Ainda assim, ele reforça: “Quem presta serviço de consultoria para um determinado cliente em um certo escopo não pode auditar e certificar este mesmo cliente neste mesmo escopo”.

O peso da certificação

Outra preocupação expressa por Bottini e Lopes é a implicação de uma auditoria feita de forma errônea ou descomprometida. Segundo Bottini, no Brasil, a certificadora dá a última palavra e raras vezes é auditada. “Ela passa a ser a dona da bola e leva isso para todos os programas”, expressa.

Já conforme o diretor técnico da Totum, o cuidado precisa ser redobrado no RenovaBio, pois o resultado da certificação, adiante, se transformará em um ativo financeiro. De acordo com ele, além do Inmetro e da ANP, que são acreditadoras no programa, existem estruturas de mercado que exigem uma credibilidade ainda maior das firmas inspetoras.

“Se alguém começa a desconfiar do método de avaliação, de inspeção, cai tudo por terra. Temos que cuidar bem do nosso mercado”, declara Lopes.

Bottini também compara o programa a outros tipos de certificação, como a de inventário de emissão de gases do efeito estufa, quando a certificadora confere um selo à empresa. Nestes casos, o máximo a ser feito é dar publicidade ao fato. “Se aquela informação está certa ou errada, não tem repercussão, nem consequência”, afirma e contrapõe: “No RenovaBio, a nota que vier no certificado vai virar dinheiro e quem é obrigado a comprar esses certificados quer ter certeza de que está comprando algo legítimo”.

Ainda de acordo com ele, a ANP sabe destas questões e está levando o programa a sério. “É muito mais complicado você negligenciar aspectos de certificação em um programa que mexe com recursos financeiros”, completa.

O preenchimento da calculadora

De acordo com Amaral, o caso identificado pela ANP como a prestação de um serviço de consultoria por uma firma inspetora foi o preenchimento da RenovaCalc, a calculadora do RenovaBio.

“Existe uma pressão grande das usinas, até por falta de entendimento de como funciona o processo, para que quem faça a certificação ajude a preencher [a RenovaCalc]. Essa linha de ‘ajuda’ é muito tênue”, explica Zibas, da KPMG. Ele exemplifica: “A usina só quer saber como faz, quer ‘só uma forcinha’. Mas a resposta é sempre não”.

Bottini, da Green Domus, também considera a linha tênue. Ele detalha que, se a firma inspetora notar que o cliente preencheu a calculadora erroneamente, seu papel é retornar o documento para a usina, que deve consertar. Ou seja, a certificadora nunca poderia preencher ou alterar qualquer campo.

“Eu não posso dizer que valor a usina deve colocar, nem posso gerar um dado para o cliente”, afirma. Segundo Bottini, o máximo que a certificadora pode fazer é dizer onde a usina pode buscar a informação. Porém, ele alerta que essa interação faz parte de uma segunda rodada de análise, quando a usina já preencheu toda a RenovaCalc e a enviou para a firma.

“Agora, se eu entendi bem, o que o Aurélio disse foi que a firma inspetora preencheu a RenovaCalc de saída. Isso é gravíssimo”, diz e completa: “Sei que existem níveis de compromisso de certificadoras no mercado, diferentes níveis de conduta e de exposição a riscos. Agora, nesse nível, eu não esperaria ver, é muito grave”.

Couto, do Benri, concorda que não é permitido que a firma inspetora influencie ou direcione o preenchimento da RenovaCalc. “A responsabilidade pela definição do escopo de certificação e pelo preenchimento dos dados na calculadora é única e exclusiva do produtor de biocombustível. O mesmo vale para as correções de eventuais não-conformidades que são levantadas ao longo do processo de auditoria”, reforça.

Determinando o conflito de interesses

Segundo Lopes, do Instituto Totum, para que não ocorra um conflito de interesses entre a usina e a certificadora é necessário fazer diversas verificações antes de iniciar o processo. Caso elas indiquem que existe o conflito, o correto é negar o serviço.

A primeira destas verificações é analisar se a empresa já fez algum tipo de trabalho para a usina. Se sim, isso não necessariamente se configura como conflito de interesses. “Estou sendo contratado para uma auditoria do RenovaBio, mas eu já fiz auditoria ISO 9000. São duas atividades de certificação”, exemplifica.

Se não há conflitos na primeira verificação, é preciso saber se alguma empresa coligada, próxima ou em que os sócios possuem algum tipo de participação já fez algum tipo de consultoria para a usina. A terceira etapa é conferir se qualquer membro da equipe fez algum tipo de serviço na unidade que será auditada.

“Temos que checar a conformidade dos avaliadores, dos inspetores e de empresas prestadoras de serviço”, declara e relata: “Já tivemos um caso de que a mesma empresa que nos presta serviço para checagem de satélite fez os trabalhos para a usina. Automaticamente eu não posso usar essa empresa”.

Outra situação ocorrida com o Instituto Totum é o funcionário da certificadora ter algum familiar próximo que trabalha na direção da usina. Neste caso, relações familiares nos níveis de operação normalmente não se configuram como conflitos de interesses, mas nos níveis de comando, sim.

O diretor técnico também destaca a importância da postura da equipe da firma inspetora. “A equipe está lá para fazer a inspeção, não para ajudar a usina. As unidades têm que contar com a sua própria competência e, eventualmente, com a de uma consultoria que elas tenham contratado”, determina.

Lopes também relata que já recebeu propostas das usinas para fazer uma pré-avaliação, um procedimento informal. “Também não podemos fazer. Nós nos abstemos de dar qualquer tipo de ajuda ou assessoria; para isso, existem empresas especializadas”, afirma.

O que diz a lei

A proibição das firmas inspetoras atuarem como consultoria está presente na Resolução ANP n° 758, de 23 novembro de 2018, e também em um informe técnico da agência sobre procedimentos para certificação da produção ou importação eficiente de biocombustíveis.

O artigo nº 15 da resolução determina: “Fica vedada a contratação de pessoa física ou jurídica que tenha prestado consultoria relacionada à implementação do processo de certificação de biocombustível ou que tenha feito parte do quadro de trabalhadores, do quadro societário ou atuado como conselheiro da empresa objeto de certificação no período de dois anos anteriores ao início do processo de certificação”.

Responsável técnico pelo RenovaBio na Fundação Carlos Alberto Vanzolini, Felipe Coelho também observa que o informe técnico reforça o mesmo tópico, acrescentando que os profissionais que prestarem serviços de consultoria, ministrarem treinamentos ou realizarem pré-auditoria ao RenovaBio para as usinas não podem atuar no processo de certificação, pois isso também configuraria em conflito de interesses.

“Quando você pega todas as normas, elas sempre têm requisitos relacionados à imparcialidade. Seguimos esses mecanismos há algumas décadas e é normal para nós”, expressa Coelho.

FONTE: NovaCana

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Cada vez mais as empresas brasileiras estão se mobilizando para reduzir, voluntariamente, as emissões de gases do efeito estufa (GEE) resultantes de suas atividades e, desta forma, contribuir para a redução das emissões de carbono e os efeitos do aquecimento global. Segundo dados publicados pelo Protocolo GHG Brasil, 76 empresas na categoria ouro reportaram em 2019 emissões referentes ao ano de 2018.

Dessas 76 empresas, 19 tiveram suas verificações de inventário realizadas pelo Instituto Totum, que participa do Programa GHG desde o primeiro ano (2014), quando foi instituída a verificação oficial referente aos inventários de 2013. Pelo quarto ano seguido, o Totum ocupa a liderança em verificação de inventários na categoria ouro, conforme demonstra a plataforma do Protocolo GHG Brasil. Além dessas empresas do Protocolo GHG, o Totum verificou ainda mais 6 empresas que não reportam atualmente na Plataforma, chegando então ao total de 25 empresas verificadas em 2019,

O selo categoria ouro do GHG é conferido às empresas que publicam seu inventário de forma completa e assegurado por um organismo verificador acreditado pela CGCRE – Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO-, os chamados “OVV”. A chancela de um OVV dá mais credibilidade às declarações de emissões de efeito estufa das empresas, garantindo ao mercado que as informações são verificadas com base em um padrão normativo internacional por uma terceira parte independente.

“Manter a liderança nesse mercado por quatro anos seguidos reflete a qualidade do trabalho técnico desenvolvido, a credibilidade e independência das avaliações realizadas”, afirma Fernando Giachini Lopes, diretor-presidente do Instituto Totum. Ele ainda destaca que nesse ano foi desenvolvida uma plataforma 100% digital para o processo de verificação, inédita no mercado de certificações, e que facilita o trâmite de informações entre a equipe da empresa e a equipe de verificação.

Entre as empresas atendidas pelo Totum estão Caixa, Grupo Fleury, Ipiranga, MRV Engenharia, Nivea, entre outras.

Sobre o Totum

O Instituto Totum é um Organismo de Certificação que atua no mercado de auditoria independente, selos e programas de auto-regulamentação, desde 2006, gerenciando mais de uma dezena de selos e programas de certificação nos mais variados segmentos. Fornece soluções integradas aos clientes, desde a concepção até a execução de projetos concebidos para integrar e desenvolver cadeias de negócios através de selos e certificações setoriais.

FONTE: SEGS

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