Por: Jefferson Klein, de Xangri-Lá
O primeiro parque eólico da montadora Honda, no município de Xangri-Lá, já tem prazo para entrar em operação: setembro de 2014. Além disso, o grupo pretende continuar apostando nesse segmento e projeta a construção de um segundo complexo, sendo que a cidade gaúcha ou o seu entorno tem grandes chances de sediar a nova usina.
Na manhã de ontem, a empresa realizou a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do parque que implementará no Rio Grande do Sul. Essa estrutura, que absorverá cerca de R$ 100 milhões em investimentos, fornecerá energia para a produção de automóveis da Honda na planta de Sumaré (SP), que fabrica mais de 120 mil carros por ano. O parque eólico terá nove torres, que, somadas, terão capacidade para produzir 27 MW (o suficiente para iluminar uma cidade de 35 mil habitantes).
O presidente da Honda Energy do Brasil, Carlos Eigi Miyakuchi, revela que a proposta do próximo parque é atender, primeiramente, à unidade que a montadora implementará em Itirapina, interior paulista. A planta iniciará as atividades em 2015. Posteriormente, a segunda usina deverá fornecer energia elétrica para a fábrica de motos da Honda localizada em Manaus. Para atingir essa última meta, o sistema de transmissão de energia daquela região ainda precisa tornar-se mais robusto.
O envio de energia para as duas plantas implicará um novo parque eólico de maior porte do que o que está sendo desenvolvido atualmente. Miyakuchi diz que serão feitos mais estudos para decidir o local do futuro empreendimento, mas admite que, como Xangri-Lá contará com expertise nessa geração, a cidade terá essa vantagem competitiva.
Como somos fabricantes de automóveis e não profundos conhecedores da energia eólica. Devemos estabelecer um período para termos uma estabilidade da geração de energia para, depois, fazermos a expansão, argumenta o presidente da Honda Energy do Brasil. Miyakuchi prefere não fixar data para a ampliação.
Quanto ao parque confirmado, foram analisados em torno de 30 lugares, em cerca de 15 municípios brasileiros, até a companhia optar por Xangri-Lá. Além da incidência de ventos, questões de infraestrutura, como a existência de subestações e linhas de transmissão, foram decisivas na escolha. O complexo irá gerar aproximadamente 150 postos de trabalho durante a construção e em torno de 20 na operação.
Miyakuchi detalha que a ação, inédita dentro do grupo Honda, tem como foco a redução da emissão de CO2. A iniciativa diminuirá a emissão do gás em 30%, deixando de lançar na atmosfera 2,2 mil toneladas do gás ao ano. A medida diminuirá ainda 45% do custo de energia na unidade de Sumaré, e o retorno do investimento é estimado para pouco mais de sete anos.
Com a integração de produção e consumo de uma energia renovável, a Honda receberá o certificado e o selo de energia renovável, que foram lançados neste ano pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e a Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel), em parceria com o Instituto Totum. A presidente executiva da ABEEólica, Elbia Melo, explica que assim os veículos produzidos em Sumaré pela Honda terão direito a uma distinção, indicando que foram criados com uma energia de menor impacto ambiental.
A dirigente enfatiza que, além dos reflexos ambientais, a energia eólica no Brasil está entre as fontes mais competitivas quanto ao preço. Atualmente, de acordo com Elbia, o País possui uma geração eólica de 3,4 mil MW, o que corresponde a cerca de 3% da matriz elétrica. Para 2017, a expectativa é atingir em torno de 10,4 mil MW, ou 7% de participação na matriz.
FONTE: Jornal do Comércio
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