Por: Vânia Cristino

Pegar crédito com um profissional independente, popularmente conhecido como pastinha, vai ficar mais seguro. A partir de julho será exigido desses profissionais uma certificação para atuar no setor, fruto da regulamentação feita pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em março. Para quem já atua no segmento, o CMN deu prazo de três anos para a obtenção do papel, mediante avaliações escritas de conhecimentos da área. O órgão responsável pelo certificado é a Associação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços ao Consumo (Aneps).

Segundo o presidente da entidade, Luis Carlos Bento, a exigência trará ganhos significativos de qualidade para o mercado, com os bancos, que estão por trás dos créditos concedidos pelos correspondentes bancários, também passando a correr menos riscos com os novos clientes. “Com a democratização do crédito e o fim da informalidade nesse mercado, quem ganha é o consumidor, que terá seus direitos preservados” afirma.

Para conceder o certificado, a Aneps desenvolveu um modelo em parceria com o Instituto Totum. Caberá ao Instituto a gestão das inscrições dos interessados, além do agendamento e da aplicação das provas que serão realizadas em todas as capitais brasileiras, de acordo com a demanda de inscritos. À Aneps caberá a governança de todo o processo e emissão do certificado. Segundo o Banco Central existem hoje 180 mil pontos de atendimento ao consumidor em todo o país e cerca de 200 mil agentes de crédito.

Qualquer pessoa que já trabalha ou quer entrar nesse mercado poderá fazer a prova. Todas as exigências e informações necessárias podem ser obtidas no site da Aneps (www.aneps. org.br). Para participar da prova, o profissional terá que comprovar formação escolar (no mínimo a 4ª série, hoje 5º ano do ensino fundamental) e aceitar o Código de Ética e Conduta da entidade. A prova custará R$ 300 (R$ 250 para os associados), devendo a certificação ser renovada a cada período de três anos.

Para quem não conseguir passar na prova — a 1ª está prevista para o mês de julho — e para aqueles que desejam começar na profissão, haverá um curso à distância de capacitação profissional, realizado pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC). O preço do curso, que terá duração de nove horas e abordará temas como educação financeira, produtos financeiros, ética, defesa do consumidor, negociação e vendas, riscos e legislação, ainda não está definido.

Uma vez aprovado, o candidato receberá o certificado e um cartão de identificação. Os registros farão parte de um banco de dados que será oferecido aos bancos e aos consumidores para consulta. A Aneps, associação fundada em 2001, atua na defesa do desenvolvimento e da organização do segmento que envolve os correspondentes e as empresas promotoras de crédito no país. Essas empresas surgiram para atender à demanda do mercado, que precisava de canal apropriado para modernizar sua estrutura na intermediação e encaminhamento das propostas de crédito. Hoje, a entidade representa 140 promotoras de crédito, que respondem por 85% das transações no país.

FONTE: correiobraziliense.com.br

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