Em um dos maiores mercados produtores de madeira do mundo, as empresas do setor precisam buscar se diferenciar da concorrência para vencer a preferência do consumidor brasileiro. Segundo estimativas, o país conta com um potencial de comercialização de cerca de 2,4 milhões de metros cúbicos de madeira tratada todos os anos, oriundos de áreas de reflorestamento espalhadas por várias regiões do Brasil.

Foi com essa visão que em 2012, a ABPM lançou o Qualitrat. Um programa de auto-regulamentação, gerenciado pelo Instituto Totum, que garante qualidade e legalidade ao consumidor de madeira tratada.

Com o Qualitrat concedido às usinas de tratamento de madeira, após aprovação em rigorosos critérios, os interesses dos produtores e consumidores de madeira tratada ficam plenamente protegidos. Inicialmente o programa começou com a categoria Pleno, e em 2014 adicionou a categoria Adesão. O Qualitrat atesta a qualidade de processos de usinas de preservação de madeira filiadas à Associação, que realizam seu processo de preservação sob pressão.

Entre os tópicos analisados pelo Qualitrat, se encontram: habilidade e idoneidade jurídica; gestão de qualidade nos processos; gestão ambiental; regularidade social, trabalhista e gestão de saúde e segurança, além de ética e responsabilidade social.

“Diferente de normativas que são genéricas para qualquer segmento, o Qualitrat audita critérios com uma visão específica e direcionada para o segmento de preservação de madeira, garantindo aos contratantes que aspectos importantes do setor foram auditados e que qualquer não conformidade detectada foi devidamente tratada pela usina”, explica Celina Almeida, diretora sistêmica e de relacionamento do Instituto Totum.

Desde então, o Totum tem sido o gerenciador do programa e realizado os processos remotos de auditoria. O Instituto é credenciado pela ABPM para gestão do Qualitrat, mantendo sigilo sobre a identidade das associadas na fase de certificação para garantia de isenção da ABPM no processo.

Também cabe ao Instituto Totum, o esclarecimento de dúvidas referentes aos procedimentos operacionais do Qualitrat, auxílio ao organismo de auditoria nos processos operacionais, realização da auditoria documental (exclusivamente em formato remoto) para renovação da certificação e comunicação à Comissão de Certificação ABPM sobre os resultados de auditoria para deliberação final.

Já o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) é entidade responsável para realização das auditorias de conformidade em relação ao regulamento estabelecido pelo Qualitrat e pelas normas técnicas vigentes.

De acordo com a diretora do Totum, Celina Almeida, a ideia é ampliar a qualidade e sustentabilidade de toda a cadeia madeireira. “Além dos benefícios para a usina, o mercado contratante também poderá utilizar o Qualitrat para basear suas contratações não somente em preço, mas em qualidade e sustentabilidade. Sabemos que muitos contratantes têm dificuldade em definir parâmetros de comparação entre os concorrentes, e o Qualitrat vem para ajudar nesse sentido”, afirma Celina.

Ela também destaca que o Qualitrat pode e deve ser considerado como um ‘Guia de Melhores Práticas’ do segmento de preservação de madeira. “As empresas que possuem o Qualitrat devem ser tratadas de forma diferente pelos contratantes, dado que uma Certificadora isenta e imparcial fez uma avaliação prévia e concedeu uma chancela de que essas empresas são diferenciadas no mercado”, analisa a diretora do Totum.

Para o presidente da ABPM, Gonzalo Lopez, o Qualitrat traz uma segurança maior ao consumidor final, referente a qualidade do produto e legalidade do setor. “O objetivo do programa é avaliar os aspectos legais e técnicos das empresas, fortalecendo ainda mais a madeira tratada nos mercados da construção civil, elétrico, ferroviário e rural”, comenta.

NOVO FORMATO

No novo formato o Qualitrat será dividido em três categorias, para a certificação das empresas filiadas:

– Qualitrat Bronze;

– Qualitrat Prata (Antigo Adesão);

– Qualitrat Ouro (Antigo Pleno).

Em todas as categorias, a exemplo do que ocorria anteriormente, estão previstos critérios mandatórios e recomendáveis, além de auditorias em formato documental (remoto) pelo Instituto Totum e na categoria ouro, auditorias técnicas in loco pelo IPT.

CRITÉRIOS PARA CERTIFICAÇÃO

Para se tornar uma empresa certificada pelo Qualitrat, primeiramente é necessário realizar sua filiação junto à ABPM. Após esta etapa inicial, a companhia deverá entrar em contato com o Instituto Totum e assinar um contrato de Certificação. Caso a categoria selecionada pela empresa seja a ‘Qualitrat Ouro’, também será necessário firmar um contrato de auditoria em parceria com o IPT.

Em um terceiro momento, será liberado pelo Instituto Totum um login e senha para o acesso ao sistema eletrônico, que será utilizado pelo associado para o envio de toda a documentação necessária para sua inscrição.

Após auditoria, o processo segue para a deliberação junto à uma Comissão de Certificação. Em caso de deferimento do processo, a empresa receberá o Certificado do Programa, que a autorizará a utilizar a logo do Qualitrat em seus materiais de divulgação. Anualmente, é realizada uma auditoria para a verificação do cumprimento de todas as normas técnicas exigidas pelo Qualitrat.

APROVAÇÃO DO MERCADO

Associada da ABPM, a Madtrat Madeiras Tratadas atesta que o selo auxiliou a empresa a solucionar possíveis problemas em seu chão de fábrica. “Participar traz muitos benefícios internos. Sempre tivemos preocupados com a qualidade da produção, com a melhoria constante dos processos, mas como têm parâmetros exigidos pelo selo, observamos novos pontos que precisávamos ajustar”, afirma Jakson César Correa Alves, diretor comercial da Madtrat.

Para Paulo Maciel, diretor da CBI Madeira, primeira companhia a conquistar o selo, o Qualitrat aumentou os critérios com que a empresa encara seus processos. “Ele também gerou mais confiabilidade e seriedade aos clientes, principalmente quando são empresas grandes e estatais, acaba sendo um plus, um diferencial diante dos concorrentes”, acrescenta Maciel.

Para Maíra Venturoli, sócia gerente da CM Venturoli, participar do processo em busca do Qualitrat Adesão agregou para empresa na organização documental, acompanhamento e registro dos processos internos. “Conquistamos há dois anos e acabamos de renovar. Infelizmente a maioria dos clientes não conhecem muito bem, mesmo assim concluímos que é interessante ter o selo, é muito positivo”, afirma.

Já para Marcelo Matsumura Kohl, diretor da Campo Alegre Produtos de Madeira, “O selo ajuda a estabelecer uma grande credibilidade da qualidade dos nossos produtos e dos nossos processos produtivos entre os clientes”, destaca Marcelo Matsumura Kohl, diretor da Campo Alegre Produtos de Madeira. Segundo ele, a empresa aderiu ao selo em 2017 com o objetivo de atender os clientes com eficácia e respaldo. “Considero o selo Qualitrat uma comprovação das boas práticas de produção da nossa empresa. É a busca incansável da excelência em todos os processos de produção da nossa madeira tratada”, ressalta.

FONTE: Boletim ABPM nº 706

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