Como amplamente noticiado, inclusive aqui na comunidade Cultura de Segurança, no último mês de setembro foi sancionada a Lei Geral de Proteção de Dados.
A LGPD, em linhas gerais, tem por objetivo proteger a privacidade dos dados pessoais dos cidadãos, assegurando os seus direitos e criando regras para a coleta e tratamento dessas informações.
Empresas já começaram a ser notificadas e algumas, inclusive foram autuadas e multadas. Mesmo que em alguns casos as multas tenham um valor simbólico e não configurem um risco financeiro, o impacto com as repercussões negativas pode ser muito mais danoso à imagem das empresas.
Como ficam as empresas de segurança?
Nesse contexto, todas as empresas estão sentindo os impactos operacionais de implementação dos processos para estarem em conformidade com a LGPD.
No mercado de segurança eletrônica, não é diferente. Considerando que muitas empresas do ramo de segurança eletrônica não dispõem de uma política de gestão e tratamento de dados bem estruturada, surgiram diversas dúvidas e incertezas sobre como lidar com essas novas demandas propostas pela LGPD.
Uma das principais preocupações é a necessidade que as empresas tenham um profissional habilitado para lidar com a gestão dos dados de acordo com as novas regras apontadas pela Constituição Federal.
“O setor de tecnologia em segurança, apesar de não estar preparado para seguir de forma plena as diretrizes da lei, é um segmento vinculado ao conceito de segurança, tanto física como de informação. Assim, torna-se uma virtude para as empresas e profissionais estarem adequarem à lei, pois dentro do ecossistema de segurança os dados são os principais insumos”, afirma Claudio Procida, representante da ABESE (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança).
Proteção de dados e segurança cibernética são assuntos que precisam cada vez mais ser colocados em pauta e, principalmente agora, após a aprovação da LGPD, é imprescindível que os profissionais dessa área busquem ainda mais conhecimento para saber lidar com as mudanças do mercado. Com isso, o papel do Data Protection Officer (DPO), o profissional de TI especializado no tratamento de dados, ganha uma importância muito grande.
Abese e o Instituto Totum criam certificação para gestores de dados
A ABESE já conta com diversas ações voltadas para o aperfeiçoamento das práticas de segurança e criação de processos que resguardem os dados dos cidadãos em conformidade com a lei, como guias de boas práticas em portaria remota, guia de boas práticas em rastreamento, conteúdos para cursos, e-books jurídicos com informações práticas, relatórios específicos demandados por órgãos públicos, entre outros.
Mas, ainda assim, percebeu-se a necessidade oferecer um aprofundamento maior sobre a LGPD para os profissionais que irão trabalhar nessa área. Desse modo, em conjunto com o Instituto Totum, órgão certificador em processos de qualidade empresarial e profissional, a ABESE criou uma certificação para habilitar profissionais de empresas de segurança eletrônica que serão encarregados dos dados das empresas, o Data Protection Officer (DPO).
O representante da ABESE, Cláudio Procida, afirma ainda que “o grande benefício prático que pretendemos entregar para o setor é a preparação de um profissional que vai ajudar a empresa a se organizar na estrutura necessária para entrar e manter os processos das empresas em conformidade com a lei. A ABESE, de forma antecipada e pioneira, já lançou essa certificação para apoiar e ajudar o setor a se preparar melhor antes que as penalizações sejam efetivadas”.
Certificação pensada nos casos reais área de segurança eletrônica
Até o final de 2020, a meta da Totum é que pelo menos 30% das empresas associadas à ABESE tenham certificado ao menos um de seus profissionais, o que significa uma média de 120 profissionais capacitados ainda nesse ano.
Celina Almeida, diretora do Instituto Totum, nos explica que “o profissional que atuará como gestor dos dados nas empresas de segurança eletrônica precisa conseguir traduzir os requisitos normativos para a realidade dos seus clientes, fornecedores e demais partes interessadas. Esse foi o maior desafio na construção da certificação, que é bastante diferenciada no mercado, por ser específica para o segmento: traduzimos a LGPD em casos realistas de problemas potenciais e reais que ocorrem na área de segurança eletrônica”.
Portanto, com essa Certificação, o DPO terá conhecimento dos conceitos da LGPD, em consonância com domínio das tecnologias de informação voltadas para segurança, e vai estar preparado para atuar nessa função.
Conhecendo mais a função do DPO
Quais são as principais características desse profissional?
Conhecimento especializado em leis.
Conhecimento em práticas de proteção de dados.
Conhecimentos em tecnologias de segurança eletrônica.
Habilidade em resolução de conflitos e boa comunicação.
Por quais atividades o DPO é responsável?
Treinar e orientar os funcionários da organização sobre os requisitos de conformidade com a General Data Protection Regulation (GDPR).
Realizar avaliações e auditorias regulares para garantir a conformidade com a GDPR.
Servir como ponto de contato entre a empresa e a autoridade supervisora
Manter registros das atividades de processamento de dados realizadas pela organização.
Responder e informar os titulares de dados pessoais sobre como seus dados estão sendo usados e quais medidas de proteção implementadas pela organização.
Assegurar que os pedidos de acesso ou apagamento de dados feitos por titulares de dados pessoais, sejam atendidos ou respondidos, conforme necessário.
FONTE: Cultura de Segurança
O Instituto Totum registrou até o momento um crescimento de mais de oito vezes a emissão dos chamados certificados de nicho, que são os Certificados de Energia Renovável com selo REC Brazil. Esses papéis referem-se ao que a instituição chama de terceira onda desses títulos referentes à geração de energia renovável. De janeiro a julho deste ano, foram cerca de 664 mil certificados REC Brazil, contra cerca de 73 mil no mesmo período do ano anterior.
Dentro do programa, o Instituto Totum certifica geradores de energia renovável dentro dos critérios do I-REC e o selo é creditado àqueles com critérios adicionais de sustentabilidade. De acordo com o sócio diretor da empresa, Fernando Lopes, esses títulos são conferidos a empresas que procuram um adicional de sustentabilidade, um passo além da energia renovável.
“Temos a primeira onda que é de empresas que querem energia renovável independente de fonte, na segunda onda é aquela na qual escolhem a fonte e essa é a terceira onda, ou certificados de nicho, que são conferidos a empresas que atendem a pelo menos 5 dos ODSs da ONU”, explicou o executivo.”A empresa que busca o REC Brazil, por exemplo, quer saber se a usina gerou benefícios para a comunidade com a qual se relaciona”, acrescentou.
Essa modalidade de certificação está em crescimento dentro do portfólio de emissões do Instituto, avaliou Lopes. Apesar disso, até o momento são 13 usinas enquadradas nos critérios para a emissão do REC Brazil, algo como 10% do total que pode emitir certificados de energia renovável I-REC. Ano passado essa emissão de nicho respondeu por algo entre 5% a 6% do total de certificados emitidos, mas a expectativa é de que esses certificados respondam por até 25% do total. A maior parte ainda está concentrada nos I-RECs.
Lopes explicou que esse crescimento vem no sentido de que o certificado reduzirem o tempo de compra de energia dessa natureza sustentável. Antes, os consumidores de energia que exigiam esse perfil de geração precisavam fazer uma ampla auditoria para fecharem negócio. Hoje com o REC Brazil, contou, essa fase pode ser descartada ao passo que a geradora possui esse certificado.
Esse título é comum em todo o mundo, mas o mercado nacional ainda é bastante pequeno quando comparado com os dois principais, o dos Estados Unidos e Europa. Ainda mais que por lá já existe regulação, aqui ainda é 100% voluntário.
I-REC
Lopes reforçou que a previsão para o fechamento do ano em termos de emissões de certificados de energia renovável neste ano, os I-RECs está em 5 milhões, o dobro do que foi reportado em 2019. Até o fechamento de julho, comentou ele, o Instituto já havia batido os 2,5 milhões do ano passado. A potência instalada que está apta à emissão ultrapassou os 10 GW ante os 7 GW de dezembro de 2019.
Para este ano ainda não é possível apontar em quanto a capacidade de geração cadastrada ficará. Todo mês são adicionadas quatro ou cinco novas usinas, mas que são de capacidade diferentes, por isso ele ainda não consegue estimar a potência apta ao fechamento deste ano. Disse apenas que deverão fechar com algo entre 140 a 150 usinas que podem emitir o certificado.
FONTE: CanalEnergia
Os Certificados de Energia Renovável REC Brazil registraram crescimento recorde em 2020, com aumento de cerca de 800% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a julho deste ano, foram comercializados cerca de 664 mil certificados REC Brazil, contra cerca de 73 mil no mesmo período do ano anterior. Cada certificado equivale a 1 MWh de energia renovável gerada.
“É importante entender que há dois tipos de certificamos com os quais trabalhamos: os I-RECs padrões e os I-RECs com chancela REC Brazil. A diferença essencial é que, no caso do REC Brazil, a usina também é certificada para critérios de sustentabilidade e impacto social de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. No REC Brazil, além de a empresa geradora poder emitir um certificado de energia renovável, ela ainda comprova que tem um impacto positivo do ponto de vista social, de acordo com critérios dos ODS e isso dá ainda mais força para o certificado”, detalha Fernando Giachini Lopes, sócio-diretor do Instituto Totum, que certifica os geradores conforme os critérios do I-REC e também os critérios adicionais de sustentabilidade com a chancela adicional REC Brazil.
Atualmente, são 13 usinas certificadas para emitir I-RECs com o selo adicional, e há mais 6 em processo de auditoria.
Em 2018, foram emitidos 338 mil certificados, somando os I-RECs padrões e os I-RECs com chancela REC Brazil. Em 2019, esse número saltou para cerca de 2,5 milhões. A estimativa para 2020 é chegar a cerca de 5 milhões de certificados emitidos (sendo por volta de 30% com a chancela REC Brazil).
“O que nos chamou atenção é que cerca de 40% dos Certificados de energia transacionados no primeiro semestre foram com o Selo REC Brazil. No ano passado, essa porcentagem foi de pouco menos que 10%”, observa a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum.
Entre os compradores dos certificados estão empresas como Itaú, Vivo, BMW e, mais recentemente, o Grupo Notredame.
O programa REC Brazil foi elaborado em 2011 por um grupo técnico designado pela Abragel e pela Abeeólica, e tem apoio da CCEE, Abraceel e Abiogás.
FONTE: EnergiaHoje
Os Certificados de Energia Renovável REC Brazil registaram aumento recorde em 2020, com aumento de cerca de 800% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a julho deste ano, foram cerca de 664 mil certificados REC Brazil, contra cerca de 73 mil no mesmo período do ano anterior.
O Programa de Certificação é uma iniciativa conjunta da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (ABRAGEL), com apoio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL) e da Associação Brasileira do Biogás e do Biometano (ABIOGÁS) e visa fomentar o mercado de energia gerada a partir de fontes renováveis e com alto desempenho em termos de sustentabilidade.
O programa foi elaborado em 2011 por um grupo técnico designado pela Abragel e pela ABEEólica, envolvendo diversos especialistas com experiência das áreas de energia, sustentabilidade, mercado e certificação, que foram responsáveis pela definição dos conceitos envolvidos para empreendimentos sustentáveis. Dentro do programa, o Instituto Totum certifica geradores de energia renovável dentro dos critérios do I-REC e geradores de energia renovável com critérios adicionais de sustentabilidade com a chancela adicional REC Brazil. O Instituto Totum é responsável também pela emissão dos RECs.
“É importante entender que há dois tipos de certificamos com os quais trabalhamos: os I-RECs padrões e os I-RECs com chancela REC Brazil. A diferença essencial é que, no caso do REC Brazil, a usina também é certificada para critérios de sustentabilidade e impacto social de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). No REC Brazil, além de a empresa geradora poder emitir um certificado de energia renovável, ela ainda comprova que tem um impacto positivo do ponto de vista social, de acordo com critérios dos ODS e isso dá ainda mais força para o certificado”, detalha Fernando Giachini Lopes, sócio-diretor do Instituto Totum.
Uma das empresas que adquiriu os RECs foi o Grupo Notredame. “Quando o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI) tomou a decisão de adquirir certificados de energia renovável para três das nossas unidades (sede administrativa, Hospital e Maternidade Guarulhos e Hospital e Maternidade Notrecare ABC), optou pela compra de certificados REC Brazil. Essa decisão foi tomada pois entendeu-se que, além da compra de energia de fonte renovável, é positivo promover projetos que possuem critérios adicionais de sustentabilidade e com vínculo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Considerando que já iríamos realizar um investimento, que esse investimento fosse em projetos com essas características, com impacto positivo no entorno do empreendimento e na comunidade”, afirmou Priscila Costa Garrido, Analista de Sustentabilidade do Grupo NotreDame Intermédica (GNDI).
Em 2018, foram emitidos 338 mil certificados, somando os I-RECs padrões e os I-RECs com chancela REC Brazil. Em 2019, esse número saltou para cerca de 2,5 milhões. A estimativa para 2020 é chegar a cerca de 5 milhões de certificados emitidos (sendo por volta de 30% com a chancela REC Brazil).
“O que nos chamou atenção é que cerca de 40% dos Certificados de energia transacionados no primeiro semestre foram com o Selo REC Brazil. No ano passado, essa porcentagem foi de pouco menos que 10%. Isso é um claro indicativo da importância que este selo vem ganhando, porque além de se certificar que a energia é renovável, os compradores dos certificados querem ter a certeza de que essa fonte também traz retornos sociais, econômicos e ambientais para as comunidades em que as fontes geradoras estão instaladas, o que é um diferencial no fechamento do contrato e é uma tendência cada vez mais forte, que tem se consolidado com muita força”, explica Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica.
“Estamos acompanhando com muita satisfação o crescimento da demanda por Certificados de Energia Renovável. Essa tendência vai ao encontro do nosso planejamento inicial que apontava uma evolução constante em relação a opção, cada vez maior por parte dos consumidores, em relação ao uso de energia renovável, limpa e sustentável. Desde 2011, vislumbrávamos a necessidade de uma abordagem de investimentos com maior aderência a princípios de ESG e a importância de consolidarmos essa iniciativa numa plataforma robusta e transparente. Acredito que temos muito a crescer ainda, afirma Charles Lenzi, Presidente da ABRAGEL.
“O Programa já tem o dobro de usinas Certificadas, quando comparado com 2019 – hoje são 13 usinas, e já temos mais 6 em processo de auditoria. Desde que o REC Brazil foi lançado em novo formato em novembro de 2019, possibilitando aos empreendimentos demonstrar o atendimento das suas usinas às metas dos ODS da ONU, notamos o crescimento do mercado. O aumento do interesse pela certificação e compra dos RECs sinaliza que as empresas estão preferindo consumir energia renovável e, ao mesmo tempo, mostra o compromisso com a mudança de comportamento energético”, analisa Celina Almeida, Diretora de Relacionamento do Instituto Totum.
O que são os Certificados
O sistema funciona por uma contabilização que controla o equilíbrio entre entrada e saída de certificados. Quando uma geradora é certificada, a energia gerada é acompanhada da geração dos Certificados de Energia Renovável (RECs) correspondentes ao montante produzido. Um REC é a prova de que 1 MWh (um megawatt hora) foi injetado no sistema a partir de uma fonte de geração de energia renovável. Quando um consumidor compra um REC de uma geradora, ele se apropria, por meio de um certificado, do atributo ambiental da energia que foi injetada no sistema e aquele REC não será usado por mais ninguém e aquela quantidade de energia sai da conta do sistema. Os RECs com a chancela REC Brazil também trazem consigo ações de sustentabilidade auditadas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Para que uma determinada geradora possa emitir RECs e vendê-los, ela precisa passar por um processo de certificação. No site do Programa www.recbrazil.com.br, é possível ter informações detalhadas sobre todo o processo e como é feita a compra e venda verificadas, em ambiente certificado, de acordo com os códigos vigentes que normatizam este sistema.
Com o objetivo de explicar de forma mais detalhada como funcionam os Certificados de Energia Renovável (RECs) e o REC Brazil, o Instituto Totum realizou uma campanha de oito vídeos que tratam, sequencialmente, dos seguintes aspectos do mercado: o Sistema Interligado Nacional e os RECs; o que são os RECs; por que os RECs são para todos; benefícios socioambientais das usinas por fonte de energia (eólica, hídrica, solar e biomassa) e como se tornar parceiros desses benefícios por meio dos RECs; a aplicação dos RECs no mercado livre e como registrar usinas. Os vídeos podem ser conferidos no site do REC Brazil, nas redes sociais das Associações e do Instituto Totum e na página do Totum no youtube: http://bit.ly/RECeRECBRAZIL.
A fabricante dinamarquesa Vestas adquiriu certificados de energia renovável (I-RECs) para cobrir todas as emissões de carbono no Brasil em 2020. Além disso, a empresa também certificou a energia proveniente das turbinas no parque eólico Eurus II, da Atlantic, em João Câmara, no Rio Grande do Norte.
Com a certificação, a Vestas pode garantir desde já que toda a energia utilizada neste ano terá o seu equivalente produzido por fontes renováveis. Isso inclui a fábrica em Aquiraz (CE), o Service Centre e Warehouse em Natal (RN) e o escritório em São Paulo. A certificação abrange ainda a energia eólica proveniente das 15 turbinas V100-2MW da Vestas instaladas no parque da Atlantic.
A Vestas também certificou toda a energia consumida em 2019 pela demanda de sua fábrica em Aquiraz, onde são produzidas as naceles dos aerogeradores.
“No final do ano passado, definimos que a sustentabilidade deve estar em tudo o que fazemos. Vemos a aquisição dos I-RECs não só como um importante passo para atingir essa meta, mas também como um incentivo para que outras empresas sigam nosso exemplo”, afirma Jonathan Colombo, gerente de Relações Institucionais da Vestas para LATAM Sul, em nota à imprensa.
Os certificados, emitidos no Brasil pelo Instituto Totum, são a garantia de que 1 MWh entrou no sistema interligado vindo de uma fonte de energia renovável. Com os I-RECs, é possível rastrear a energia renovável desde a geração até o consumo, utilizando um sistema de entrada e saída de contabilizações. A cada certificado adquirido, a energia correspondente é subtraída do total da rede.
“O crescente interesse pela certificação e compra dos RECs mostra a preferência das empresas no consumo de energia renovável. Com isso, também vemos que há um compromisso com a mudança de comportamento energético”, afirma Elbia Gannoun, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Até o momento, foram emitidos mais de 1,4 milhões de RECs no Brasil só em 2020. Já no ano passado, o país ultrapassou a marca de 2,1 milhões de certificados.
FONTE: CanalEnergia
Estudo elaborado pela professora Gisele Bortoleto, do curso de Biocombustíveis da Fatec Piracicaba, constatou que a utilização de um combustível com maior concentração de biodiesel pode gerar grandes ganhos ambientais. Durante o período da pesquisa – setembro de 2019 e março de 2020 – seis ônibus de Piracicaba utilizados no experimento deixaram de emitir cerca de 25 toneladas de gás carbônico (CO2) no ar.
Gisele levou em conta o ‘Projeto Experimental B20 – Piracicaba no caminho da sustentabilidade’, realizado em 2019 pela Prefeitura de Piracicaba, pela Fatec e pela Via Ágil, a ex-concessionária do transporte urbano municipal. Durante o estudo, seis ônibus da frota urbana pertencentes à empresa Via Ágil utilizaram diesel com adição de 20% de biodiesel (B20), enquanto outros seis ônibus, que circularam em condições semelhantes, mantiveram o diesel tradicional (B11) para efeito de comparação. “Os resultados de projetos experimentais como o nosso indicam os mesmos de outros similares, como o ‘Biodiesel B20 – O Rio de Janeiro anda na frente’, realizado em 2010”, cita a professora.
Em Piracicaba, os resultados experimentais referentes à emissão de gases do efeito estufa demonstraram que quase 25 toneladas de gás carbônico (CO2) deixaram de ser emitidas à atmosfera.
Relacionado a isso, vale lembrar uma importante pesquisa realizada pelo Instituto Totum e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica. Tal pesquisa estima que cada árvore da Mata Atlântica – considerando as diferentes idades e espécies -, absorve 163,14 kg de CO2 ao longo de seus primeiros 20 anos. “Assim, a não emissão desse total de CO2 equivale ao plantio de 153 árvores”, observa Gisele.
De acordo com a analista ambiental da Sedema, Juliana Gragnani, “o consumo de biocombustíveis em substituição aos combustíveis fósseis contribui para a redução da emissão de gases do efeito estufa, principal responsável pelas mudanças climáticas, e projetos como esse estimulam outras iniciativas semelhantes, contribuindo para que Piracicaba se torne cada vez mais sustentável”.
Em outra frente, o ‘Projeto Experimental B20’ também ofereceu indicadores preliminares (ainda inconclusivos) em relação ao consumo dos ônibus. Uma das hipóteses é de que a utilização de um combustível com maior concentração de biodiesel não necessariamente implique no aumento do consumo do veículo, o que poderia acentuar os custos com abastecimento.
O projeto contou ainda com a parceria de outras empresas do setor privado como Aroma Bioenergia Ltda., que cedeu o tanque para armazenamento do B20, Dorothy Intermediações e Agenciamento Ltda., Raízen, Mann Filter e Piracicaba Eletrodiesel.
FONTE: Piranot
A Voltalia comercializou 547 mil RECs Brazil para o Itaú Unibanco, informou a geradora de energia renovável nesta segunda-feira, 3 de agosto. O valor da operação não foi revelado. O objetivo do banco foi neutralizar as emissões de carbono referente a energia elétrica consumida em prédios administrativos, agências bancárias e data centers em 2019.
O REC Brazil é emitido pelo Instituto Totum, representante do I-REC Standard no Brasil e responsável por todo trabalho de verificação e coordenação do processo de certificação.
Os certificados de energia renovável negociados com o Itaú são referentes a energia gerada em 2019 em sete parques eólicos da Voltalia localizados no Rio Grande do Norte, onde a empresa desenvolveu o complexo Serra Branca, com potencial de até 2,4GW.
Robert Klein, CEO da Voltalia no Brasil, explica que muitas empresas buscam políticas mais sustentáveis e desejam ampliar o consumo de energia limpa. “A cada ano, as companhias estão mais preocupadas e engajadas em reduzir seus impactos ambientais no planeta procurando alternativas para reduzir a emissão de CO2 no meio ambiente. O REC Brazil, além de ser uma forma de comprovar o compromisso das empresas na redução de gases do efeito estufa, fomenta o uso de energias renováveis. Queremos continuar inspirando empresas e a sociedade a fazer boas escolhas e decidir por termos um mundo mais sustentável”, afirma o executivo.
O diretor presidente do Totum e responsável no Brasil pelo Programa de Certificação de Energia Renovável e Emissor Local, Fernando Lopes, afirma que tem aumentado o número de empresas que estão optando por consumo de energia limpa no Brasil.
“O fato de grandes corporações estarem preocupadas com a origem da sua energia nos fortalece no objetivo de aumentar a credibilidade do processo de registro, emissão e uso de I-RECs. Mais ainda, 100% dessa transação é de I-RECs com garantia de sustentabilidade, conferida pelo Selo REC Brazil, o que é um diferencial”.
O I-REC é um sistema internacional padronizado para emissão de Certificados de Energia Renovável. Ao ter acesso aos certificados no padrão I-REC, o Itaú Unibanco poderá declarar baixas emissões de gases de efeito estufa decorrentes do consumo de energia.
Por meio do acordo, o Itaú Unibanco pode comprovar a origem da energia e, consequentemente, que o consumo de energia elétrica de suas agências, prédios administrativos e data centers é proveniente de fontes renováveis.
“Optamos pela Voltalia por sabermos que é uma das principais empresas internacionais de energia renovável no país, com gestão de empreendimentos de diferentes fontes limpas, como eólica e solar. Vale ressaltar, ainda, que as usinas que nos disponibilizam os RECs possuem certificação REC Brazil, que comprova o alinhamento dos empreendimentos aos benefícios socioambientais ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, destaca Claudio Arromatte, diretor de Patrimônio e Compras do Itaú Unibanco.
Cada certificado equivale a 1 MWh de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis e o Brasil está entre os países que mais emite I-REC no mundo.
As empresas que desejarem ser emitentes de I-RECs passam por uma auditoria documental e devem seguir procedimentos que respondem se os empreendimentos são fontes de energia renovável, legalmente instalados, entre outros requisitos.
FONTE: CanalEnergia
Em um dos maiores mercados produtores de madeira do mundo, as empresas do setor precisam buscar se diferenciar da concorrência para vencer a preferência do consumidor brasileiro. Segundo estimativas, o país conta com um potencial de comercialização de cerca de 2,4 milhões de metros cúbicos de madeira tratada todos os anos, oriundos de áreas de reflorestamento espalhadas por várias regiões do Brasil.
Foi com essa visão que em 2012, a ABPM lançou o Qualitrat. Um programa de auto-regulamentação, gerenciado pelo Instituto Totum, que garante qualidade e legalidade ao consumidor de madeira tratada.
Com o Qualitrat concedido às usinas de tratamento de madeira, após aprovação em rigorosos critérios, os interesses dos produtores e consumidores de madeira tratada ficam plenamente protegidos. Inicialmente o programa começou com a categoria Pleno, e em 2014 adicionou a categoria Adesão. O Qualitrat atesta a qualidade de processos de usinas de preservação de madeira filiadas à Associação, que realizam seu processo de preservação sob pressão.
Entre os tópicos analisados pelo Qualitrat, se encontram: habilidade e idoneidade jurídica; gestão de qualidade nos processos; gestão ambiental; regularidade social, trabalhista e gestão de saúde e segurança, além de ética e responsabilidade social.
“Diferente de normativas que são genéricas para qualquer segmento, o Qualitrat audita critérios com uma visão específica e direcionada para o segmento de preservação de madeira, garantindo aos contratantes que aspectos importantes do setor foram auditados e que qualquer não conformidade detectada foi devidamente tratada pela usina”, explica Celina Almeida, diretora sistêmica e de relacionamento do Instituto Totum.
Desde então, o Totum tem sido o gerenciador do programa e realizado os processos remotos de auditoria. O Instituto é credenciado pela ABPM para gestão do Qualitrat, mantendo sigilo sobre a identidade das associadas na fase de certificação para garantia de isenção da ABPM no processo.
Também cabe ao Instituto Totum, o esclarecimento de dúvidas referentes aos procedimentos operacionais do Qualitrat, auxílio ao organismo de auditoria nos processos operacionais, realização da auditoria documental (exclusivamente em formato remoto) para renovação da certificação e comunicação à Comissão de Certificação ABPM sobre os resultados de auditoria para deliberação final.
Já o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) é entidade responsável para realização das auditorias de conformidade em relação ao regulamento estabelecido pelo Qualitrat e pelas normas técnicas vigentes.
De acordo com a diretora do Totum, Celina Almeida, a ideia é ampliar a qualidade e sustentabilidade de toda a cadeia madeireira. “Além dos benefícios para a usina, o mercado contratante também poderá utilizar o Qualitrat para basear suas contratações não somente em preço, mas em qualidade e sustentabilidade. Sabemos que muitos contratantes têm dificuldade em definir parâmetros de comparação entre os concorrentes, e o Qualitrat vem para ajudar nesse sentido”, afirma Celina.
Ela também destaca que o Qualitrat pode e deve ser considerado como um ‘Guia de Melhores Práticas’ do segmento de preservação de madeira. “As empresas que possuem o Qualitrat devem ser tratadas de forma diferente pelos contratantes, dado que uma Certificadora isenta e imparcial fez uma avaliação prévia e concedeu uma chancela de que essas empresas são diferenciadas no mercado”, analisa a diretora do Totum.
Para o presidente da ABPM, Gonzalo Lopez, o Qualitrat traz uma segurança maior ao consumidor final, referente a qualidade do produto e legalidade do setor. “O objetivo do programa é avaliar os aspectos legais e técnicos das empresas, fortalecendo ainda mais a madeira tratada nos mercados da construção civil, elétrico, ferroviário e rural”, comenta.
NOVO FORMATO
No novo formato o Qualitrat será dividido em três categorias, para a certificação das empresas filiadas:
– Qualitrat Bronze;
– Qualitrat Prata (Antigo Adesão);
– Qualitrat Ouro (Antigo Pleno).
Em todas as categorias, a exemplo do que ocorria anteriormente, estão previstos critérios mandatórios e recomendáveis, além de auditorias em formato documental (remoto) pelo Instituto Totum e na categoria ouro, auditorias técnicas in loco pelo IPT.
CRITÉRIOS PARA CERTIFICAÇÃO
Para se tornar uma empresa certificada pelo Qualitrat, primeiramente é necessário realizar sua filiação junto à ABPM. Após esta etapa inicial, a companhia deverá entrar em contato com o Instituto Totum e assinar um contrato de Certificação. Caso a categoria selecionada pela empresa seja a ‘Qualitrat Ouro’, também será necessário firmar um contrato de auditoria em parceria com o IPT.
Em um terceiro momento, será liberado pelo Instituto Totum um login e senha para o acesso ao sistema eletrônico, que será utilizado pelo associado para o envio de toda a documentação necessária para sua inscrição.
Após auditoria, o processo segue para a deliberação junto à uma Comissão de Certificação. Em caso de deferimento do processo, a empresa receberá o Certificado do Programa, que a autorizará a utilizar a logo do Qualitrat em seus materiais de divulgação. Anualmente, é realizada uma auditoria para a verificação do cumprimento de todas as normas técnicas exigidas pelo Qualitrat.
APROVAÇÃO DO MERCADO
Associada da ABPM, a Madtrat Madeiras Tratadas atesta que o selo auxiliou a empresa a solucionar possíveis problemas em seu chão de fábrica. “Participar traz muitos benefícios internos. Sempre tivemos preocupados com a qualidade da produção, com a melhoria constante dos processos, mas como têm parâmetros exigidos pelo selo, observamos novos pontos que precisávamos ajustar”, afirma Jakson César Correa Alves, diretor comercial da Madtrat.
Para Paulo Maciel, diretor da CBI Madeira, primeira companhia a conquistar o selo, o Qualitrat aumentou os critérios com que a empresa encara seus processos. “Ele também gerou mais confiabilidade e seriedade aos clientes, principalmente quando são empresas grandes e estatais, acaba sendo um plus, um diferencial diante dos concorrentes”, acrescenta Maciel.
Para Maíra Venturoli, sócia gerente da CM Venturoli, participar do processo em busca do Qualitrat Adesão agregou para empresa na organização documental, acompanhamento e registro dos processos internos. “Conquistamos há dois anos e acabamos de renovar. Infelizmente a maioria dos clientes não conhecem muito bem, mesmo assim concluímos que é interessante ter o selo, é muito positivo”, afirma.
Já para Marcelo Matsumura Kohl, diretor da Campo Alegre Produtos de Madeira, “O selo ajuda a estabelecer uma grande credibilidade da qualidade dos nossos produtos e dos nossos processos produtivos entre os clientes”, destaca Marcelo Matsumura Kohl, diretor da Campo Alegre Produtos de Madeira. Segundo ele, a empresa aderiu ao selo em 2017 com o objetivo de atender os clientes com eficácia e respaldo. “Considero o selo Qualitrat uma comprovação das boas práticas de produção da nossa empresa. É a busca incansável da excelência em todos os processos de produção da nossa madeira tratada”, ressalta.
FONTE: Boletim ABPM nº 706
O Instituto Totum, responsável no Brasil pela coordenação do Programa de Certificação de Energia Renovável e Emissor Local dos certificados, conhecidos como RECs, está usando a tecnologia de blockchain na sua plataforma SISREC (Sistema Totum de Emissão de RECs). Lançada em dezembro de 2019, a plataforma reúne todos os dados de emissão de certificados e de geração centralizada de energia renovável contabilizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), além da geração distribuída das usinas registradas, permitindo o rastreamento de 100% dos certificados de fontes renováveis no País.
O uso de blockchain para rastreabilidade dos dados de energia renovável em larga escala, como este sistema implantado no Brasil, é uma iniciativa inédita no mundo.
A tecnologia blockchain permite uma estrutura de armazenamento eficiente, transparente e imutável, utilizada para validar as informações sobre a geração e consumo de fontes renováveis. “Cada certificado, cada atribuição, recebe um registro no blockchain. Este registro, por sua vez, não pode ser alterado e pode ser auditado a qualquer momento. Isso traz total transparência e segurança para as empresas geradoras e consumidoras de eletricidade de fonte renovável certificada”, explica Fernando Giachini Lopes, diretor presidente do Instituto Totum.
“Com o blockchain temos mais uma camada de segurança no processo de emissão de RECs, na medida em que ela possibilita o armazenamento de dados, criptografa e cria trilhas auditáveis, tudo na mesma operação”, afirma Lopes. Com o Sistema, os dados de geração são obtidos pelo Totum diretamente da fonte, via arquivo de dados da CCEE. Antes do SISREC, as usinas enviavam ao Totum evidências, baseadas em relatórios do setor de energia. Atualmente são rastreadas mais de 2 mil usinas (614.343.298 MW), das quais 110 estão aptas a emitir certificados.
O Programa de Certificação de Energia Renovável foi criado há sete anos pela Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e tem o apoio da CCEE, da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) e da Associação Brasileira de Biogás e de Biometano (Abiogás).
“Os RECs já estão apresentando um crescimento admirável e tendem a seguir nessa linha. Por isso, esta iniciativa pioneira do Instituto Totum é muito importante, ao criar ainda mais segurança e robustez para uma ferramenta fundamental para as empresas comprovarem seu consumo de energia renovável”, avalia Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica.
Já foram emitidos mais de 4 milhões de certificados desde o início do Programa. No ano de 2020, até abril, as emissões atingiram 1.500.000 RECs, superando o total emitido nos anos de 2016, 2017 e 2018, somados.
Para a Abragel, o uso de blockchain é mais uma demonstração da importância dos RECs e de como a digitalização é fundamental para garantir menores custos, maior segurança e transparência no controle das transações comerciais entre os agentes. “Nosso foco é proporcionar uma plataforma moderna e inovadora, que ajude a expandir o acesso de todos os agentes produtores e consumidores de energia elétrica limpa e renovável ao Programa de Certificação de Energia Renovável”, afirma o presidente da Abragel, Charles Lenzi.
A digitalização da indústria de energia é uma tendência inexorável. Estudo do portal alemão Statista prevê crescimento do uso dessa tecnologia de US$ 1,2 bilhão para US$ 23,3 bilhões em 2023. Com a utilização de blockchain no setor de energia renovável será possível desenvolver tecnologias de interconexão digital, como a internet das coisas (IoT), para captar dados de geração em tempo real, explica Fernando Lopes, do Totum.
FONTE: RMAI
O Instituto Totum, especializado em certificação, começou a usar blockchain nos certificados de energia renovável de padrão internacional, os I-RECs, comprados por empresas para demonstrar que usam ou incentivam esse tipo de geração. O objetivo é garantir que um certificado será utilizado apenas uma vez, sem duplicação de venda ou manipulação de dados para reuso.
” Queríamos colocar uma segunda camada de segurança na emissão e nos adiantarmos a uma realidade que vai acontecer, que é blockchain para negócios em energia elétrica”, diz Fernando Lopes, sócio do Totum.
O Totum deve gerar cerca de 4 milhões de I-RECs neste ano. Há 110 usinas de 30 empresas aptas a emitirem o certificado no Brasil, o que é voluntário. Segundo Lopes, foram investidos R$ 500 mil no projeto para incluir blockchain no Sistema Totum de Emissão de RECs (Sisrec). O projeto foi conduzido internamente, com a plataforma Hyperledger Fabric e tem capacidade de até 20 mil transações por segundo. A estimativa é de um retorno do investimento em três a quatro anos.
A ideia de usar blockchain começou há três anos e decidiu-se ir direto para a produção, sem testes. Estudo do portal alemão Statista prevê um crescimento do uso dessa tecnologia no setor de US$ 1,2 bilhão para US$ 23,3 bilhões em 2023.
Para acelerar o lançamento, o Totum é o único validador, com 3 servidores. A próxima etapa, ainda em 2020, é abrir para que uma ou duas usinas, a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) também sejam nós validadores. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) têm restrições para isso devido a políticas de dados.
Blockchain com IoT
Também está no plano o uso de internet das coisas (IoT) para envio de dados pelas geradoras e ampliação do uso da plataforma para outras áreas em que o Totum atua como certificador, como alimentícia, financeira e de segurança. Hoje, os dados de geração de energia no sistema elétrico do país, usados para emitir os certificados, estão disponíveis para o instituto com cerca de dois meses de atraso.
Com IoT, a geradora poderá enviar os dados em tempo real e vender mais rápido o certificado após a geração. “Vamos colocar smart contract para a usina alimentar nosso sistema e emitir seus RECs. A rigor, cada usina poderia ter sua plataforma de blockchain para gerar certificados, mas o mercado não vê isso com bons olhos, porque pede um garantidor”, diz Lopes.
“Trabalhamos numa parte pequena da energia elétrica disponível, mas quem sabe com nosso aprendizado não possamos migrar para o que se faz no exterior, que é tokenizar a geração e consumo, principalmente a P2P. Estamos estudando isso”, completa o executivo. Com o novo marco regulatório do setor, que está no Congresso, isso poderá ser realizado.
O Totum estuda ainda o uso de blockchain para um outro ativo de energia. “Já se fala num ativo ambiental, que seria o lastro de energia, a que de fato vai ser entregue e tem relação com a intermitência de geração – quanto menos intermitência (caso da hidrelétrica), mais garantia de entrega pode ser vendida”, completou.
As empresas compram certificados para demonstrar que apoiam a geração limpa.
Como se gera o certificado
A geração do certificado parte da inclusão de dados de geração de energia renovável vindos da Aneel e da CCEE. A inclusão ainda é manual. A partir daí começa o uso de blockchain, com a emissão de um certificado para cada megawatt/hora gerado por uma usina que adota o processo de certificação. A venda é feita no Sisrec para empresas interessadas em comprá-los, que são os usuários finais, ou para os traders.
Com a hash gerada e a possibilidade de rastrear tentativas de reuso ou adulteração, a confiabilidade de um certificado é mais garantida. “Blockchain resolve bem essa transação”, afirma Lopes. O certificado tem dados como o código da usina, tipo de energia, mês e período da geração, data de aprovação, registro no blockchain e a hash emitida.
Como funciona o certificado
Os I-RECs são emitidos em outros países e a o Instituto Totum é o emissor oficial no Brasil. Na ponta final do usuário, não é possível saber de onde vem a energia elétrica. Por isso, uma empresa pode comprar uma quantidade de certificados equivalentes à energia que usa, como forma de mostrar que se preocupa com a energia renovável. Isso pode incentivar a geração, porque cria mais uma receita para as usinas, e as empresas podem usar os certificados em seus relatórios de responsabilidade social e ambiental. Há aquelas que têm metas de uso de energia limpa. É possível também comprar certificados de gerações específicas, como de energia eólica.
“Como a energia renovável é mais abundante aqui do que na Europa e Estados Unidos, o valor de uma REC é de U$5 a US$ 10 no mercado norte-americano, de 3 a 4 euros na Europa e de R$ 2 a R$ 5 no Brasil. O de recursos hídricos aqui, por exemplo, é mais barato”, explica Lopes.
O Instituto Totum tem os dados de 95% da energia gerada no país por mais de 2 mil usinas, referentes à produção centralizada – a descentralizada é, por exemplo, a geração de energia solar em casa. São cerca de 45 milhões de megawatt/mês. O sistema de contabilização de energia renovável que entra no sistema existe há 20 anos, mas há 7 anos foi lançado pelo Totum no Brasil e há 4 anos o instituto emite o I-REC, que tem padrão internacional, o que aumentou o interesse na certificação.
FONTE: BlockNews
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