É crescente o interesse das empresas em reduzir, voluntariamente, as emissões de gases do efeito estufa (GEE) resultantes de suas atividades e, com isso, contribuir para a redução das emissões de carbono e os efeitos do aquecimento global.
Segundo dados publicados pelo Protocolo GHG Brasil, o número de empresas na categoria ouro vem crescendo ano a ano: em 2017, um total de 74 empresas publicou seus inventários de GEE na plataforma nessa categoria, o que representa um aumento de quase 50% em relação a cinco anos atrás.
O selo na categoria ouro é conferido às empresas que publicam seu inventário de forma completa e assegurado por um organismo verificador acreditado pela CGCRE – Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro -, os chamados “OVV”.
A chancela de um OVV dá mais credibilidade às declarações de emissões de efeito estufa das empresas, garantindo ao mercado que as informações são verificadas com base em um padrão normativo internacional (Protocolo GHG).
Com base nas informações divulgadas pelo Protocolo GHG, o Instituto Totum foi líder em Verificação de Inventários de Gases de Efeito Estufa (OVV) em 2017, responsável pela verificação de 14 declarações só nesse ano. “O Instituto Totum vem se consolidando de forma muito técnica no mercado e fomos responsáveis em 2017 pela verificação de inventários de grandes empresas como Avon, Banco do Brasil, Ipiranga, MRV, Nívea, Ultragaz, dentre outras”, afirma Fernando Lopes, diretor-presidente do Instituto Totum.
Uma novidade no Protocolo GHG é que, a partir de 2018, as empresas poderão “zerar” o escopo 2 de energia para o inventário relativo a 2017. Isso pode ser comprovado por meio da apresentação de evidências de consumo de energia renovável, como por exemplo, aquisição de Certificados de Energia Renovável (RECs).
FONTE: Envolverde / Folhablu
Entidade também divulgará as marcas que mais se destacaram na premiação Melhores da Qualidade 2017
O lançamento acontecerá durante café da manhã que será promovido em São Paulo, no Maksoud Plaza, e que reunirá industriais, representantes do varejo supermercadista e imprensa. Também será feita a premiação das “Melhores da Qualidade ABIC 2017”, conferida às empresas e marcas que mais se destacaram durante o ano no Programa de Qualidade do Café – PQC, nas categorias Tradicional, Superior e Gourmet. Nesta edição, foram classificadas por nota de qualidade global as três melhores marcas de cada categoria.
Ao todo são sete empresas com nove produtos, a seguir relacionadas em ordem alfabética: 3 Corações Alimentos S/A – Marcas: Santa Clara Espresso em Grão, 3 Corações Orgânico Vácuo e Bangu; Brasil Espresso Comércio Atacadista Ltda.- Marca: Via Café Grão; Café Excelsior Ltda. – Marca: Excelsior Gourmet em Grão Valvulado; Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé Ltda. – Cooxupé – Marca: Terraza em Grão Pouch; DPS Gonçalves Ind. e Com. de Alimentos Ltda. – Marca Fraterno Grão Superior; JDE – Jacobs Douwe Egberts BR Comercialização de Cafés Ltda. – Marca: Pelé Torrado e Moído Tradicional Vácuo, e Torrefação Noivacolinenses Ltda. – Marca: Morro Grande Orgânico.
Com o lançamento do aplicativo e a premiação das Melhores da Qualidade 2017, a ABIC também abre as comemorações em torno do Dia Mundial do Café, celebrado em 1º de outubro. A data foi criada em 2015 pela OIC – Organização Internacional do Café com o objetivo de promover a cultura e a tradição histórica do grão em todos os países produtores e consumidores.
SERVIÇO
Premiação dos Melhores da Qualidade ABIC 2017 e lançamento do APP De Olho no Café
– Local: Maksoud Plaza – Sala Rio de Janeiro
– Endereço: Rua São Carlos do Pinhal 424 – Bela Vista – São Paulo/SP
– Data e horário: 26 de setembro (terça-feira) – 9h00
– Café da manhã com degustação das marcas premiadas
– Entrevista coletiva
FONTE: ABIC // Negócios da Terra // Reuters // Notícias Agrícolas // Terra // Último Instante // LeiaJá // Cooxupé // Globo Rural // IstoÉ // Revista PEGN // Broadcast Agro // Café Point // Portal DBO
Embrapa Café
Lucas Tadeu Ferreira / Eduardo Aiache
No panorama da cafeicultura mundial, vale ressaltar que o Brasil é o maior produtor, exportador e segundo maior consumidor de café do planeta. Nesse contexto, nos últimos dez anos, o consumo de café no País teve um aumento expressivo, pois cresceu cerca de 20% e atingiu 20,5 milhões de sacas em 2016. Os EUA lideram o consumo com cerca de 23 milhões de sacas anuais. Esse aumento verificado no consumo interno no Brasil pode ser atribuído a vários fatores, entre eles, destacam-se a melhoria da qualidade dos Cafés do Brasil, a diversificação dos produtos ofertados, como os cafés em cápsulas, por exemplo, e, óbvio, o atendimento das exigências cada vez mais acentuadas dos consumidores.
Em relação às demandas dos consumidores, a Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC está lançando, neste mês de setembro de 2017, um aplicativo que permitirá que o consumidor consulte, em tempo real, a qualidade e pureza dos cafés certificados nas prateleiras dos supermercados por meio do código de barras impresso na embalagem da bebida. Com esse dispositivo, o usuário do aplicativo também poderá avaliar os cafés e enviar comentários sobre o produto para a Associação. O aplicativo, que será disponibilizado pela ABIC a partir de 26 de setembro, poderá ser instalado nos smartphones e o serviço estará disponível gratuitamente para os consumidores interessados tanto na versão Android quanto IOS.
O aplicativo, que permitirá aos consumidores monitorarem a certificação dos cafés de acordo com os padrões da Associação, é um dos destaques, entre várias outras notícias e análises do setor cafeeiro, da Edição N° 199 do Jornal do Café, da ABIC, que tem como tema principal ‘O avanço da qualidade e a preferência dos consumidores’. Tal tema contempla um conjunto de assuntos que está sendo amplamente estudado pelas diversas instituições de pesquisa, ensino, extensão, produção e indústrias para oferecer cafés de melhor qualidade aos paladares exigentes dos consumidores, como cafés finos, superiores e gourmet, os quais vêm ganhando cada vez mais relevância no mercado mundial.
Para tanto, a ABIC criou o Programa de Qualidade do Café – PQC, por meio do qual já certificou mais de 360 marcas na categoria Tradicional, 150 na categoria Superior e 177 na categoria Gourmet, que representam 4% do mercado interno de café. Os superiores e gourmets, em grãos, torrados e moídos ou em cápsulas, têm paulatinamente aumentado seus espaços nas prateleiras dos supermercados e atraído novos consumidores. Um indicador dessa tendência é o número crescente de cafés Superiores e Gourmets que representam 46% das 700 marcas registradas atualmente no PQC.
Essa edição do Jornal do Café, que está disponível no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café, também destaca o tema Café e Saúde, por meio de duas pesquisas realizadas recentemente sobre benefícios do café à saúde de pessoas que consomem de uma até três xícaras por dia. Uma dessas pesquisas foi realizada pelo Imperial College de Londres, com cerca de 1,5 milhão de pessoas com mais de 35 anos de 10 países europeus. E a outra foi conduzida pela norte-americana Southern California University – USC com uma amostra de 215 mil pessoas nos Estados Unidos. Segundo esses estudos, que monitoraram os participantes por dezesseis anos, publicados na revista Annals of Internal Medicine, quem beber cerca de 350ml de café diariamente diminui os riscos de morte em até 12%. E quem beber três xícaras diariamente pode reduzir em até 18% o risco. Assim, os resultados dessas pesquisas indicam que incorporar o café na dieta pode proporcionar benefícios à saúde humana.
O Jornal do Café traz ainda nessa edição importantes assuntos para o setor cafeeiro como um todo, tais como: O avanço da qualidade e a preferência dos consumidores; ABIC declara guerra à fraude e à adulteração; Broca do café; Alteração do regulamento do selo de pureza ABIC; De olho no café; Embalagens comemorativas atraem consumidores; Armazém do café – 20 anos de história; Pressca: Um novo modo de preparar e consumir café`; Abastecimento apertado para atender mercados interno e externo; Sucessão familiar e empreendedorismo: O futuro da cafeicultura brasileira; Pesquisas mostram que consumir café aumenta longevidade; e outros artigos e textos que valem a pena ser conferidos.
A ABIC faz parte do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, como representante da iniciativa privada, assim como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, Conselho Nacional do Café – CNC, Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS e Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé.
Para saber mais sobre esse aplicativo de celular que permitirá verificar a qualidade dos cafés, acesse as páginas 16-17 da edição 199 do Jornal do Café da ABIC, disponível na íntegra no link: http://bit.ly/2x7tRyx
FONTE: ABIC
O mercado nacional de certificação de energia renovável cresceu significativamente desde o seu lançamento, em 2014. Em 2017, de janeiro até o agosto, o número transacionado de Certificados de Energia Renovável, os chamados RECs Brazil, superou as expectativas, atingindo um total 126.905, crescimento de 18% sobre todo o ano anterior. Quando começou, há três anos, foram negociados 350 REcs. Cada certificado equivale a 1 MWh de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis.
Há no país 19 parques de energia renovável capazes de gerar RECs, de acordo com o Instituto Totum, responsável pelo gerencialmente do Programa de Certificação de Energia Renovável brasileiro juntamente com a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa, a Associação Brasileira de Energia Eólica e os apoiadores Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia. Desses 19 parques, 15 já possuem o registro na plataforma internacional IREC, reconhecida mundialmente. São eles: 8 empreendimentos eólicos da Atlantic, 3 eólicos da Voltalia, dois hídricos da AES Tietê, uma eólica da Statkraft e uma eólica da Embrasca.
O ritmo de crescimento e a demanda por compra de energia renovável tem surpreendido o Instituto Totum. A aquisição de RECs sinaliza ao mercado que as empresas preferem consumir energia renovável e, ao mesmo tempo, mostra o compromisso com a mudança de comportamento energético.
O diretor do Instituto Totum, Fernando Lopes, destaca que até fevereiro de 2018, todos os empreendimentos com chancela REC Brazil migrarão para o padrão global I-REC. O I-REC é uma plataforma internacionalmente aceita para registro, emissão e transferência de Certificados de Energia Renovável, permitindo aos consumidores rastrear seu consumo de energia renovável certificada. Atualmente, a I-REC está disponível na América Latina, Ásia e África, lembrando que Europa e Estados Unidos já possuem sistema regulado para Garantias de Origem da Energia e RECs.
A expectativa do Totum é que até o final de 2017 o mercado tenha movimentado cerca de 1.000.000 RECs, alavancado principalmente pela aquisição por empresas participantes da plataforma de relato de emissões de gases de efeito estufa, chamada protocolo GHG. Empresas que provem a aquisição de RECs compatíveis com seu consumo de energia poderão reportar emissões zero para essa categoria. Outras iniciativas que demandarão mais RECs serão a Certificação Leed e a Certificação Zero Energy Building, que permitem o uso de RECs para provar consumo de energia renovável em edificações sustentáveis.
FONTE: CanalEnergia / UDOP / Diário do Nordeste / Envolverde
Pequenas Centrais Hidrelétricas são empreendimentos destinados a autoprodução ou produção independente de energia elétrica, com potência superior a 5 mil kW e igual ou inferior a 30 mil Kw. Elas contribuem para o desenvolvimento energético e social do país.
Dois anos após a publicação da Resolução nº 673/2015, que trata da outorga para implantação e exploração de aproveitamento de potencial hidráulico com características de *Pequena Central Hidrelétrica, a área técnica da ANEEL conseguiu iniciar a análise de todos os projetos que estavam na Agência. Ao todo, 51 outorgas foram publicadas e 505 atos foram emitidos, entre despacho de registro de adequabilidade do sumário executivo (DRS) e aprovação de projetos básicos. A potência total é de 7.660,40 MW – o equivalente à soma de duas usinas de grande porte como Santo Antônio e Jirau. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 58, 6 bilhões, um montante que irá fortalecer a economia dos estados e beneficiar a cadeia de fornecedores, com predominância da tecnologia nacional na fabricação de equipamentos. Os estados que mais possuem PCHs aprovadas são: Paraná, com 84, Goiás, com 82, Minas Gerais, com 69, e Mato Grosso, com 64.
O sucesso é resultado do aprimoramento da norma e simplificação do procedimento. A revisão da resolução que trata das PCHs foi discutida nas duas fases da Audiência Pública 57/2014 e contou com mais de 240 contribuições de associações e agentes interessados no tema. Para o diretor da ANEEL José Jurhosa Junior, relator do processo, “os subsídios recebidos na audiência trouxeram avanços ao texto e possibilitaram que a proposta aprovada pela Diretoria refletisse com efetividade os princípios da análise regulatória, da simplificação e da celeridade processual”.
Há ainda um trabalho de articulação da Agência com os órgãos de recursos hídricos e órgãos ambientais para explicitar a importância das PCHs para o país. Já foram feitas reuniões com representantes desses órgãos em todos os estados da região sul, Mato Grosso e Rio de Janeiro e estão agendados encontros nos estados de Minas Gerais e Goiás, envolvendo também o Ministério Público. “A ANEEL agilizou a análise, mas o trabalho não termina por aí. É necessário acelerar o processo de emissão de licenças ambientais e isso se dá por meio da conscientização de que os benefícios trazidos pelas usinas superam os impactos. Há geração de recursos para os estados e municípios, pois há incidência de ICMS e ISS e, além disso, aquecimento da economia, geração de empregos e benefícios sociais”, ressaltou o superintendente de Concessões e Autorizações de Geração, Hélvio Guerra.
A melhoria dos índices de desenvolvimento está comprovada. Uma pesquisa feita pela área técnica da Agência mostrou que em 10 anos – de 2000 a 2010 – das 176 cidades com PCHs analisadas, houve aumento no Índice de Desenvolvimento Humano municipal (IDHm): passou de 0.594 em 2000 para 0.712 em 2010 – um crescimento de 19,9%. Ficou comprovado, ainda, que esse impacto positivo é ainda mais intenso em municípios com baixos indicadores econômicos e com economia estagnada e, além disso, em um período de 10 anos, foi constatado que o desenvolvimento social e econômico dos municípios com PCH superou o de outros municípios da mesma microrregião.
Atualmente 40 profissionais trabalham no processo de análise das PCHs e o tempo médio de conclusão é de 20 dias. “A demanda pela instalação de novas PCHs depende de vários fatores. Se a economia, por exemplo, melhorar certamente haverá mais procura e teremos mais projetos avaliados”, destacou Hélvio Guerra. Leia mais.
Como nasce uma PCH
Tudo começa com o estudo de inventário hidrelétrico apresentado pelo empreendedor que tem como objetivo a definição do aproveitamento ótimo dos rios, com estudos cartográficos, estudos hidrológicos, estudos de partição de quedas, etc. Esse estudo é aprovado pela Agência e fica disponível no Centro de Documentação da ANEEL (Cedoc), a fim de que os agentes avaliem os aproveitamentos identificados. Desta forma, um interessado em implantar uma PCH deverá apresentar o Requerimento de Intenção à Outorga de Autorização (DRI-PCH). O DRI-PCH permitirá ao empreendedor elaborar o projeto básico da PCH com posterior apresentação à ANEEL, incluindo um Sumário Executivo desse projeto.
Antes da Resolução nº 673/2015, nos casos de apresentação de mais de um projeto básico para a mesma PCH, a ANEEL fazia a análise técnica de todos os projetos, o que acabava levando mais tempo para decidir qual empreendedor teria direito a implantar a usina. Para os inventários aprovados após a REN 673/2015 esse procedimento ficou mais rápido: caso haja mais interessados, o empreendedor que apresentar primeiro o Sumário Executivo, após o prazo concorrencial de 90 dias, vence o processo de seleção da PCH.
O Sumário Executivo é o conjunto das informações mais relevantes do projeto básico da usina e necessárias à avaliação, pela ANEEL, do uso adequado do potencial hidráulico. Se a documentação for compatível com o estudo de inventário, a área técnica emite o Despacho de Registro da adequabilidade do Sumário Executivo (DRS-PCH), que substitui a antiga aprovação do projeto básico.
*Empreendimentos destinados a autoprodução ou produção independente de energia elétrica, com potência superior a 5.000 kW e igual ou inferior a 30.000 kW e com área de reservatório de até 13 km², excluindo a calha do leito regular do rio.
FONTE: ANEEL / MME
Cresce a certificação …
O mercado nacional de certificação de energia renovável cresceu significativamente desde o seu lançamento, em 2014. Em 2017, de janeiro até o agosto, o número transacionado de Certificados de Energia Renovável, os chamados RECs Brazil, superou as expectativas, totalizando 126.905, avanço de 18% sobre todo o ano anterior. Quando começou, há três anos, foram negociados 350 REcs. Cada certificado equivale a 1 MWh de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis. Com o crescente interesse voluntário das empresas por uso de energia renovável, a oferta do insumo também está se expandindo. Há no País 19 parques de energia renovável capazes de gerar RECs, informa o Instituto Totum, responsável pelo gerencialmente do Programa de Certificação de Energia Renovável brasileiro, junto com as várias entidades do setor.
… de energia renovável
Desses 19 parques, 15 já possuem o registro na plataforma internacional IREC, reconhecida mundialmente. O ritmo de crescimento e a demanda por compra de energia renovável tem surpreendido o Instituto Totum. “Toda semana recebemos pelo menos um contato de empresa interessada em registrar suas usinas renováveis na plataforma mundial, inclusive em breve teremos a primeira usina de biomassa registrada”, afirma o diretor do Instituto Totum, Fernando Lopes. A aquisição de RECs sinaliza ao mercado que as empresas preferem consumir energia renovável e, ao mesmo tempo, mostra o compromisso com a mudança de comportamento energético.
FONTE: DCI
Por Marcelo Furtado
O Green Building Council Brasil (GBC Brasil) já tem 11 postulantes à certificação Zero Energy Building, considerados ainda em escala piloto, para que gerem ao final dos processos a versão definitiva do guia de referência para certificação. O programa foi oficialmente lançado nesta terça-feira (8/8), durante o primeiro dia da conferência internacional GreenBuilding Brasil, em São Paulo.
Destes projetos, dois já foram auditados e aprovados, já que as operações de suas usinas de geração já estavam ativas: a sede do Sebrae de Cuiabá, no Mato Grosso (Centro Sebrae de Sustentabilidade) e a da Geonergia, em Tamboara, PR.
No Sebrae, uma microusina de 45 kWp instalada em maio de 2016, com 180 painéis fotovoltaicos, aliada a ações de aproveitamento de luz natural e eficientizações, fez com que a edificação deixasse de pagar de R$ 8 mil a R$ 9 mil na conta mensal de energia, sendo cobrada pela Energisa apenas pela tarifa de conexão ao fio de R$ 80,00.
Do consumo anual de 30.5044 kWh, foi atestado pelas medições auditadas que 32.000 kWh/ano foram gerados e compensados no primeiro período de operação. O excedente foi compensado pelo prédio da sede do Sebrae, onde também há uma microusina de 75 kWp, que geram de 30% a 45% da demanda dessa edificação.
A certificação do GBC Brasil é resultado de ação global do World Green Building Council, do qual a unidade brasileira faz parte, como resposta às recomendações da COP 21 de que, se até 2050 as edificações novas se tornarem autossuficientes em energia, seria o suficiente para manter o aquecimento global em até 1.5º C.
O Brasil foi o segundo país a adotar a certificação Zero Energy Buidling, com o guia de referência pronto em julho. O Canadá foi o primeiro dos 10 países do mundo que o conselho global do GBC recomendou a adoção do programa.
Além do Sebrae e da Geonergia, também têm projetos pilotos em processo de certificação ou preparação os seguintes locais: Centro de Inovação em Construção Sustentável da USP; RAC Engenharia, Curtiba, PR; Creche Municipal Hassis, Florianópolis; sede do Sinduscon, Curitiba; Casa do Futuro, Atibaia, SP; Montage Botafogo, Campinas, SP; Lar Verde Lar, Governador Valadares, MG; Casa Mão Verde, Piracicaba, SP; e De Paola & Panasolo Advogados, Curitiba, PR.
Podem se candidatar residências unifamiliares sem limite de metragem mínima ou edificações a partir de 100 m2.
A certificação é concedida mediante auditoria de terceiros que comprovem que o consumo da rede de energia local da edificação é zerado por uma combinação de eficiência energética e geração própria por energia renovável. É possível também a complementação de 5% por fonte não-renovável, em sistema off-grid, desde que compensado pela geração renovável. Outra permissão é a compra de até 10% do consumo anual de créditos de energia renovável (REC Brazil).
Por Camila Maia
Cada vez mais focada em energias limpas e fontes renováveis, a AES Tietê se tornou a primeira companhia brasileira a ter uma usina com o certificado global I-REC a ser uma certificadora de clientes, o que garante que a energia comercializada seja “limpa”.
“Vimos no mercado que existe uma tendência muito forte nos clientes industriais e comerciais de busca de energias renováveis, redução da emissão de gases e sustentabilidade”, disse Ítalo Freitas, presidente da AES Tietê.
Segundo o executivo, muitos dos clientes têm o objetivo de ter até 100% da demanda atendida por energias renováveis. “Algumas vezes eles não conseguem provar aos investidores que usam energias renováveis”, disse, explicando que o certificado I-REC garante isso e é reconhecido no mundo todo. No Brasil, é feito pelo Instituto Totum.
Os alvos potenciais desses certificados são aqueles que querem fazer captações no exterior, por exemplo, de fundos que só permitem investimentos e aplicações de viés sustentável.
“Alguns países europeus que financiam projetos solicitam que as empresas tenham consumo de energia de fontes renováveis. Então, ao vender o certificado ao cliente garantindo que ele está comprando energia renovável, isso fica registrado no mundo todo, e pode ser acessado na base de dados do I-REC”, disse Freitas.
De acordo com ele, os países europeus já comercializaram, € 200 milhões nos certificados.
Cada I-REC emitido equivale a 1 megawatt-hora (MWh) de energia gerada. Por enquanto, a AES Tietê obteve a certificação da hidrelétrica de Água Vermelha, no rio Grande (MG), com 1.396 megawatts (MW) de potência instalada. “Temos 6,5 milhões de I-RECs para comercializar por ano só em Água Vermelha”, disse Freitas.
A AES Tietê tem ainda a possibilidade de construir uma usina eólica, solar, ou um sistema de geração distribuída para os consumidores, e solicitar a certificação desta energia.
Outro serviço oferecido pela companhia aos consumidores de energia que buscam sustentabilidade é o de reflorestamento. “Muitos dos nossos clientes têm obrigações de reflorestamento a cumprir, seja por demanda da controladora, ou também por demanda local. Nós utilizamos terrenos das nossas usinas para fazer o plantio e emitimos os certificados aos clientes”, disse. A AES Tietê também faz a manutenção das áreas reflorestadas.
FONTE: Valor Econômico
Grandes, médias e pequenas empresas e até mesmo o consumidor já podem obter energia de fontes renováveis e sustentáveis, por meio de Certificados de Energia Renovável, os chamados RECs. Esse é um mercado que tem crescido muito no Brasil.
Em 2016, foram transacionados 107.543 RECs (cada certificado equivale a 1 MWh de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis), conforme levantamento do Instituto Totum, que coordena o Programa de Certificação de Energia Renovável e é o emitente local dos RECs. O Programa tem a participação da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No ano anterior, em 2015, foram transacionados apenas 13.462 certificados.
A possibilidade de registro dos empreendimentos de energia renovável brasileiros na plataforma mundial IREC contribuiu para o crescimento desse mercado. “Com a implantação do IREC no Brasil, no ano passado, conseguimos atender a demanda de empresas multinacionais que possuem políticas internas que exigiam a compra de certificados reconhecidos mundialmente. Porém, mesmo no País, a procura de empresas por RECs vem aumentando muito”, afirma Fernando Giachini Lopes, diretor do Instituto Totum.
Muitas organizações têm metas internas de sustentabilidade. Há empresas de atuação global que possuem metas de 100% renewables nos próximos 4 a 6 anos em nível mundial, segundo Lopes. A boa notícia é que oferta de energia renovável certificada também vem sendo ampliada. Até meados do ano passado a oferta estava limitada a três empreendimentos (dois hídricos e um eólico), agora existem mais de 15 empreendimentos capazes de gerar RECs. A expectativa do Totum é que até o final de 2017 o mercado tenha movimentado cerca de 1.000.000 de RECs.
Entre os novos empreendimentos certificados recentemente pelo Totum estão os da Atlantic Energias Renováveis. Após um trabalho rigoroso de auditoria, os parques eólicos em operação no Rio Grande do Norte (Eurus II e Renascença V) e na Bahia (Complexo Eólico Morrinhos) receberam o Certificado de Energia Renovável. Para José Roberto de Moraes, CEO da Atlantic, trata-se de um marco para a companhia. “A certificação reforça e amplia nosso ideal de investimento em empreendimentos que utilizam fontes renováveis de energia com alto desempenho ambiental, social e econômico”.
A certificação é importante por criar um nicho de mercado da venda desse produto, destaca a presidente executiva da ABEEólica, Elbia Gannoum. “Não estamos falando apenas de energia elétrica, mas sim de um produto com alto valor agregado de sustentabilidade e de redução de CO2 que pode ser utilizado pelas empresas e pelos consumidores para certificar o seu produto ou o seu serviço”, diz a executiva.
A certificação I-REC é o método mais prático e confiável para um consumidor escolher a origem de sua energia. “O certificado traz transparência e opções para aqueles que apoiam o desenvolvimento de energia renovável”, diz Hans Vander Velpen, analista ambiental da Voltalia, empresa com foco em pequenas e médias unidades de geração de energia, com sede na França, e que recentemente certificou um parque na plataforma internacional I-REC, aumentando ainda mais a oferta de RECs no Brasil.
Para o diretor da consultoria ambiental Embrasca, Ricardo Cesar Fernandes, o mercado de RECs, que já é bem desenvolvido em várias partes do mundo, tem boas perspectivas no Brasil, de demanda firme e crescente. A Embrasca, que registrou um parque eólico no Ceará, foi responsável pela maior emissão de IRECs até agora na América do Sul.
Apesar do crescimento significativo desse mercado em 2016, o Brasil ainda está engatinhando nessa questão de RECs. “Nos EUA, por exemplo, distribuidoras locais de energia ofertam RECs aos seus clientes, de forma tal que consumidores residenciais podem escolher o tipo de energia que consomem. Com o tempo, o Brasil poderá chegar a esse patamar de desenvolvimento”, diz Fernando Lopes, do Totum.
Responsável pelo primeiro processo de certificação LEED no Brasil que utilizou um REC brasileiro em 2015, para o Citibank, a Novva Solutions comprou recentemente RECs para serem transformados em créditos no processo de certificação LEED do Hospital do Coração. “Além dos preços competitivos no Brasil, é muito melhor incentivar a produção de energia verde aqui do que em outro país”, afirma Márcia Picarelli Davis, diretora da Novva Solutions.
Entenda como funciona esse mercado – Nem todas as empresas têm condições de investir em uma usina para gerar sua própria energia renovável. A saída então é receber a energia da forma tradicional e adquirir o volume de energia equivalente ao consumo por meio de Certificados de Energia Renovável. Ao comprar RECs as empresas são abastecidas com a energia da rede local, que geralmente é um “mix” de fontes renováveis (hídrica, eólica, solar) e não renováveis (térmicas à óleo, gás ou nucleares). Em troca, elas estão investindo na geração da mesma quantidade consumida em energia limpa, ou seja, elas se apropriam somente da parte limpa que é colocada no sistema. Com os RECs as empresas podem garantir 100% de energia renovável para seu uso sem ter de investir, elas próprias, em geração.
FONTE: Revista RMAI
Por: Livia Neves
O Instituto Totum espera um crescimento expressivo na comercialização de Certificados de Energia Renovável (RECs, na sigla em inglês), neste ano. “Já comercializamos 120 mil RECs até o momento. Achamos possível esse número se multiplicar por oito neste ano”, aposta o diretor do instituto, Fernando Lopes. Cada REC representa um MWh gerado através de fontes renováveis e o Totum é o responsável pela certificação no Brasil, com dois programas.
A venda dos RECs é normalmente associada a algum tipo de exigência ou meta de consumo de energia sustentável, explica o diretor. É o caso de um dos maiores mercados potenciais para os certificados nno Brasil: as construtoras que buscam certificação LEED do Green Building Council para suas edificações.
Para gerar ou manter certificações LEED, o GBC aceita como comprovante de consumo de energia sustentável o REC Brasil (leia abaixo sobre as diferenças do programa brasileiro em relação ao padrão internacional). “Para manter a certificação, os prédios devem continuar comprando RECs, é uma aquisição contínua”, aponta Lopes.
Além das construtoras, os RECs podem ser comercializados para empresas que assumiram metas de consumo sustentável. O diretor estima que no Brasil exista um potencial para venda de até 60 milhões de certificados (correspondentes a 60 milhões de MWh ao ano) para empresas que mantém esse tipo de compromisso.
O preço de venda, explica, varia muito conforme o volume de certificados envolvidos, o tipo de fonte (os de hidrelétricas seriam mais baratos, seguidos por eólica, biomassa e solar) e até o período de emissão. Lopes, contudo, afirma que é realista uma faixa de preço entre R$ 2,50 e R$ 3,70 por MWh ou certificado.
Já para o empreendedor que deseja aderir, o custo é de R$ 4.500 por registro de projeto e de R$ 0,50 por certificado emitido e comercializado. Os valores valem para os dois sistemas de certificação oferecidos pelo instituto.
REC internacional e REC Brasil
Lopes explica que o Totum oferece dois tipos de certificações. A primeira segue o padrão REC internacional, que olha para quatro condições antes de emitir os certificados: a legalidade da instalação da usina; a comprovação de fonte renovável, incluindo hidrelétricas de grande porte; a injeção da energia na rede; e a inexistência de duplo beneficiário da energia renovável.
“Pode ocorrer, por exemplo, que uma usina de cana de açúcar gere energia a biomassa para consumir na própria unidade. Essa usina pode vender o açúcar como um produto produzido 100% como energia renovável e isso pode ser verdade. Mas se a usina decidir se certificar, não poderá mais fazer essa afirmação”, explica o diretor do Totum. Ou seja, a geradora não pode vender o “consumo renovável”.
Já o sistema REC Brasil adiciona uma quinta condição para a certificação de projetos: a sustentabilidade. Neste caso, também são analisadas as relações dos projetos com as comunidades no entorno e o cumprimento de exigências socioambientais. Usinas hidrelétricas de grande porte, por exemplo, não são certificadas.
Até o momento, o Totum já emitiu certificados para 15 projetos o Brasil, dos quais 12 se certificaram no sistema REC Brasil. Outra diferença entre os processos é a governança: os RECs do sistema brasileiro são rastreados pelo próprio instituto Totum, que mantém o controle sobre os consumidores/compradores. Já os certificados emitidos no padrão internacional têm seu destino monitorado por entidade global.
FONTE: Brasil Energia
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