As atenções do planeta estarão voltadas ao Rio de Janeiro a partir desta quarta-feira, quando tem início a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que segue até o dia 22 de junho. Na pauta do evento, um desafio que encontra obstáculos e uma série de resistências: a implantação de uma economia global verde, baseada no desenvolvimento sustentável e na erradicação da pobreza. A expectativa é que as principais potências econômicas do mundo renovem o compromisso com a sustentabilidade e definam uma agenda de medidas a serem implementadas nos próximos anos.

A responsabilidade socioambiental e o desenvolvimento sustentável, no entanto, não são preocupações apenas da macroeconomia. É preciso definir sistemas eficientes de gestão, que possibilitem o uso racional de recursos naturais e garantam, ao mesmo tempo, a competitividade das empresas, em todos os níveis. E é justamente esta a proposta do Plano Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, lançado pelo Sistema Fiesc no início deste mês. Composta por 16 grandes áreas de atuação, a iniciativa já tem definidas uma série de ações concretas a serem adotadas, considerando aspectos sociais, econômicos e ambientais.

A ideia é disseminar o plano a sindicatos, indústrias e entidades ligadas ao setor industrial em todas as regiões do Estado. “Santa Catarina sempre se destacou com o pioneirismo com que a indústria abraçou a causa ambiental”, afirma o presidente do Sistema Fiesc, Glauco José Côrte. Ele acredita que a separação da atividade do meio ambiente afeta a produtividade das organizações. “Queremos crescer preservando, respeitando e valorizando o meio ambiente. Temos muitas experiências em Santa Catarina, no Brasil e no mundo e um dos objetivos do Plano é compartilhar as boas experiências e as boas práticas em relação à sustentabilidade da produção e do crescimento industrial”, acrescenta.

Para gerenciar o Plano de Sustentabilidade, o Sistema Fiesc vai utilizar a ferramenta 5W2H (what, when, why, where, who, how, how much). Na prática, ela dá clareza às ações realizadas em cada etapa do processo, pois determina quais ações serão realizadas, quando, onde, quem vai executá-las, qual o prazo definido e quais os custos para colocá-las em prática.

O EXEMPLO VEM DE CASA

Para disseminar o Plano entre as empresas, o próprio Sistema Fiesc, que engloba várias entidades, vai assumir a responsabilidade de tomar as primeiras atitudes. A começar pela sua sede, em Florianópolis, que vai receber um projeto piloto que inclui a realização de um diagnóstico dos impactos socioambientais das atividades, instalações e ações. A partir dos resultados obtidos serão estabelecidas metas para a redução do consumo de água e energia e criado um plano de gestão de resíduos.

A Fiesc vai realizar a Caravana da Sustentabilidade, que percorrerá sete cidades do Estado para apresentação de cases de destaque de empresas na área ambiental. Também será criado um site específico com informações e relatórios sobre as ações desenvolvidas pela indústria e pelo Sistema Fiesc. Nos Institutos Senai de Tecnologia de Blumenau, Itajaí e Jaraguá do Sul serão implementadas plataformas tecnológicas em eficiência energética, energias renováveis, valoração de resíduos, logística sustentável e saneamento.

Já o Sesi vai mapear os principais impactos socioambientais da indústria em relação às comunidades onde elas estão inseridas, identificando riscos e oportunidades de melhorias. Caberá ao IEL mostrar às empresas como está a gestão de sustentabilidade em relação às concorrentes mundiais, enquanto o Ciesc realizará, em novembro, a Powergrid, feira e congresso de energia, em Joinville.

SUSTENTABILIDADE: UM PRÉ-REQUISITO DO MERCADO

A apresentação do Plano reuniu dirigentes e autoridades em Florianópolis no dia 1º deste mês. O evento teve palestra de Marco Antônio Fujihara, diretor do Instituto Totum, que lembrou que as organizações ainda entendem sustentabilidade como um pré-requisito legal. “É pré-requisito de mercado”, destacou.

Para o especialista, quem quiser se manter no mercado vai ter que usar a sustentabilidade de alguma maneira. “Apenas 10% das empresas brasileiras fazem sua parte e 90% delas têm que aprender. Estamos caminhando. Precisamos mostrar para as empresas o que é gerar valor e como elas podem ganhar dinheiro com a economia de água e de energia”, ressaltou.

FONTE: Segs

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